Em Torres, ação Verão Sem Machismo pede fim da violência contra as mulheres

Em Torres, ação Verão Sem Machismo pede fim da violência contra as mulheres

Ato da Frente Parlamentar pelo Fim da Violência Contra as Mulheres da Assembleia Legislativa e Comitê Gaúcho Eles por Elas ocorreu na manhã deste sábado

Felipe Faleiro

Fim da Violência

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Conscientizar os veranistas e moradores do litoral norte a respeito da violência contra a mulher foi o principal objetivo da 6ª edição do Verão Sem Machismo, ação ocorrida na manhã deste sábado, na Praia Grande, em Torres. A iniciativa foi da Frente Parlamentar pelo Fim da Violência Contra as Mulheres da Assembleia Legislativa, cujo coordenador, o deputado estadual Adão Pretto Filho, esteve presente. Com ele, esteve também Edegar Pretto, atual presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e idealizador da ação, ainda em 2018, por meio do Comitê Gaúcho Eles por Elas, da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres. Vestidos de camisetas vermelhas pedindo o fim da violência contra este público, ambos entregaram materiais informativos e conversaram com os frequentadores da praia. A escolha do litoral, conforme o comitê, se deu pelo grande fluxo de pessoas de todo o Rio Grande do Sul, bem como de outros estados, nesta época do ano. “Não podemos aceitar os números estarrecedores de feminicídios em nosso estado. Em janeiro de 2024, tivemos um aumento de 20% neste crime na comparação com o mesmo mês do ano passado”, comentou Adão. Conforme ele, preocupa não apenas a violência física, mas também as outras formas, como patrimonial, econômica, sexual e psicológica. “Queremos, com este movimento e a frente parlamentar, cada vez mais trazer esta consciência aos homens. Não podemos aceitar a violência sob nenhuma forma”, salientou ele. “A mensagem que precisamos deixar é de respeito, tolerância e paz, e de que ‘não’ é ‘não’. E, além disto, de que todos os canais de denúncias são importantes”. Para Edegar, dialogar com os homens é um caminho para haver um bom entendimento. “Normalmente, eles escolhem o caminho mais cômodo, optando por não mudar, e o que queremos justamente é uma mudança de consciência. É preciso mudar este quadro cultural, porque o machismo oprime, maltrata e mata. Isto começa, muitas vezes, por uma falta de respeito e a violência velada, que desencadeia em uma agressão física e no feminicídio”, afirmou o idealizador da Eles Por Elas, acrescentando que ações como esta auxiliam no empoderamento feminino. Ainda conforme ele, a luta é ainda para proporcionar oportunidades de uma vida melhor após a mulher ter sido vítima de violência. A estudante de Nutrição Carina Tavares, moradora de Sapiranga, no Vale do Sinos, disse ter concordado com a ação, e afirmou que é preciso um endurecimento ainda maior das leis de proteção às mulheres. “O homem que já tiver sido denunciado por uma mulher deveria ser preso já desde o primeiro momento. Medidas protetivas muitas vezes não funcionam, e o homem procura a mulher para fazê-la mal”, opinou ela. Moradores de Santiago, nas Missões, a advogada Marione Afonso e o professor Rafael Pistoia opinaram que o ato foi importante para uma reflexão ainda maior sobre o tema. “Todas as políticas sobre este assunto são bem-vindas. Cada mulher que morre é uma filha que fica sem mãe e uma família que se despedaça”, disse Marione. “Isto deve começar ainda nas escolas, com os adolescentes, para eles entenderem que a violência não deve ser praticada”, completou Rafael. Para denunciar atos de abuso e violência contra as mulheres, os telefones são o 180, da Central de Atendimento à Mulher, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH), e o 190, da Brigada Militar.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895