Guarda-vidas Mirim: programa educa crianças para cuidados na água

Guarda-vidas Mirim: programa educa crianças para cuidados na água

Projeto ministrado para menores com idade entre seis e 12 anos percorre litoral gaúcho

Chico Izidro

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O sargento Jorge Luís Corso é instrutor do Projeto Institucional Guarda-vidas Mirim, e nesta semana, ele recebeu em Atlântida, em frente a guarita 85, várias crianças para ministrar mais uma edição do curso. “É um orgulho para a corporação poder trazer ensinamentos para as crianças”, disse o oficial. O projeto é ministrado para crianças com idade entre seis e 12 anos, e já tem mais de 20 anos de existência. Elas recebem orientações sobre os perigos no mar, aprendem sobre o significado das cores das bandeiras na beira da praia, e os cuidados que devem tomar para o banho no mar, rios, lagoas, piscinas e todos os locais considerados balneáveis.

A corporação considera que o curso preventivo se tornou um forte aliado na disseminação de boas condutas, levando os ensinamentos e cuidados básicos que se deve adotar para um banho seguro. O curso esteve nesta semana nas praias de Imbé, Cidreira, Atlântida, Nova Tramandaí e Atlântida Sul. Na próxima semana, o projeto voltará a Tramandaí na segunda-feira, dia 26, e Balneário Pinhal, na terça-feira, dia 27. E ao longo do veraneio, ocorrerão outras aulas em outros municípios litorâneos.

O sargento disse, no entanto, que o projeto teve de diminuir o número de participantes por aula – que antes recebia cerca de 30 crianças para 20, no máximo 25. “A diminuição facilita para nós e até mesmo para eles. Os instrutores conseguem passar com mais facilidade os ensinamentos, e com menos crianças, ocorre menos dispersão”, constatou Corso. “E para fazer a coisa mais agradável para a gurizada, neste ano passamos a fazer mais brincadeiras, mais coisas participativas para elas”, disse.  

Ele lembra que o projeto tem sido tão bem sucedido, chegando no final do verão sempre com mais de mil crianças recebendo a diplomação de participantes. Além disso, há algumas temporadas os pais que quiserem participar ao lado de seus filhos, são bem-vindos. “E muitos pais relatam o quanto as suas atitudes mudaram em relação aos cuidados com o mar”, conta Corso. “Alguns dizem que a garotada chega para eles, e falam ô pai, a água não pode estar à altura do peito, o certo é na cintura”, diverte-se. “A gente sente muito orgulho, saber que elas não vão fazer bobagem, e passam a respeitar o mar. E nenhuma criança que tenha participado do projeto se afogou”, relata. Corso ressalta que muitas delas acabam se formando bombeiros ou guarda-vidas quando chegam na vida adulta.

E seguir a profissão de bombeiro já está na mente do pequeno Théo Lopes, de seis anos, filho de Kátia Rodrigues Lopes e do bombeiro Darlan, e irmão de Vicenzo, dez anos, todos moradores de Xangri-Lá. Os irmãos participaram da aula ministrada por Corso em Atlântida. “Os dois quiseram muito vir ver a aula, muito pelo incentivo do pai”, destaca. E Théo já avisou em casa que pretende seguir os passos do pai. “Ele gosta muito, se inspira mesmo no trabalho do Darlan, repete que acha muito bonito”, revela Katia. “Já o Vicenzo ainda está indeciso”, disse ela. “Mas pelo que noto, vai acabar fazendo a mesma coisa”, completa Katia.
 


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