Milhares de águas-vivas apareceram na orla da Praia do Cassino em Rio Grande; veja vídeo

Milhares de águas-vivas apareceram na orla da Praia do Cassino em Rio Grande; veja vídeo

Fenômeno ocorreu na manhã desta terça-feira em toda a praia. Bombeiros pedem atenção aos banhistas

Angélica Silveira

A espécie encontrada na praia é a menos perigosa para seres- humanos

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Os veranistas e turistas que foram até a praia do Cassino em Rio Grande, na manhã desta terça-feira, 9, tiveram que conviver com as águas-vivas que apareceram em toda a orla da praia. Segundo o Primeiro Tenente do Corpo de Bombeiros, Édson Geminiani, quanto mais afastado dos Molhes da Barra, mais elas aparecem em grande quantidade. “São milhares e por toda a praia, mas mais concentradas do Centro em direção a Querência”, confirma.

Os bombeiros sinalizaram a infestação com a colocação de uma bandeira roxa. Conforme Geminiani, as pessoas estão se conscientizando e evitando de entrar no mar. “Caso tenham contato com alguma água-viva e cause alguma relação alérgica, a pessoa deve procurar as guaritas, lavar bem o local com água do mar e possivelmente passar vinagre para cortar o efeito”, ensina.

Diariamente, desde o último dia 16, os bombeiros apresentam um relatório das atividades realizadas no litoral Sul, durante a Operação Verão. Além do Cassino, a iniciativa ocorre também nas praias da Capilha, do Mar Grosso (em São José do Norte), de Tavares, do Hermenegildo (em Santa Vitória do Palmar), da Barra do Chuí, do Laranjal (em Pelotas) e as de São Lourenço do Sul. Nestes locais, os atendimentos por reações ao contato com água viva totalizam 1.143. Destes, 936 ocorreram na Praia do Cassino.

Quantidade de águas-vivas está aumentando a cada ano

O professor da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Renato Nagata, pesquisa a situação das águas vivas há sete anos em Rio Grande. Ele afirma que existe a percepção que a cada ano está aumentando os casos de aparecimento de águas vivas, mas os pesquisadores ainda não possuem dados suficientes para confirmar a informação.

Sobre o caso ocorrido nesta terça-feira, no Cassino, o professor afirma que há várias espécies que são perigosas ao homem, como a Olindias sambaquiensis, o que não é caso destas que aparecem na praia do Cassino, que não são venenosas. “Lychnorhiza lucerna, também chamada por pescadores de ‘RG de mãe d’agua’ ou ‘água-viva choco’, ela está ocorrendo agora na praia e é inofensiva. Mesmo assim é importante manter distância devido a possível manifestação de alergias”, confirma.

Ele afirmou que o encalhe massivo nas praias ocorre normalmente entre outubro e dezembro. “Neste ano, esta situação atrasou e aconteceu em janeiro, muito provavelmente em função das chuvas do inverno que deixaram a salinidade baixa. A água ficou muito salobra. A baixa salinidade causada pela grande quantidade de chuva que caiu impossibilitou disso ocorrer na época que ocorria”, justifica.

Período crítico de acidentes deve ocorrer em fevereiro

O professor acredita que as espécies que causam mais acidentes devem aparecer em fevereiro. “Não estamos no período crítico de grandes acidentes. As fotos geram impacto, mesmo assim a população deve respeitar a sinalização e, procurar um local geralmente ao sul do balneário para evitar acidentes”, solicita.

Em caso de acidente a primeira medida deve ser sair da água. “As pessoas também devem ficar atentas aos sintomas. Caso se resuma a dor local e inchaço deverá passar em alguns dias. Se a pessoa tiver sintomas respiratórios, sintoma fora do local de contato com a água-viva deve procurar ajuda médica”, conclui.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895