Para fugir do agito das praias, veranistas curtem férias em campings
Conforme a gerente de um dos espaços, médicos, advogados e bancários são alguns dos turistas no local
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"Este camping tem mais de duas décadas", disse a gerente Fátima Martinelli. "Temos uma média de 110 clientes fixos. São médicos, advogados, bombeiros, bancários, comerciantes", enumera. "A maioria passa o verão todo. Outros vêm apenas para o final de semana. E muitos durante a semana vão para a cidade trabalhar, deixando a família e retornam no outro final de semana", diz. Fátima acrescenta que o local é tão seguro, que diversos veranistas nem saem dali. "Passam o dia, a semana, o mês. Não vão nem na praia, preferindo as instalações do camping", garante. Ela afirma ainda que no local existem regras rígidas de convivência. "Se descumprem as regras, são convidadas a se retirar. Mas nunca precisamos chegar a esta medida", dispara.
No camping, se encontram veranistas de todos os estados do país e também muitos estrangeiros. São argentinos, franceses, alemães, italianos. "Fazemos tudo para que o veranista entre, curta suas férias e que volte no próximo ano", relata. "As pessoas chamam isso aqui de meu paraíso. Qualquer pessoa que tu for entrevistar, vai te dizer, isso é meu paraíso", ressalta.
E Fátima conhece bem seu público. Andando um pouco, é encontrado o casal José Luiz Zonatto, comerciário aposentado, 63 anos, e Rosmari Helfensteller Zonatto, artesã, de Esteio, que fica hospedado num trailer no camping. "Isso aqui é um paraíso", dispara José Luiz. "Este é o 18º ano que viemos para cá", acrescenta. "Nossa opção pelo camping é por gostar de acampar desde jovem e pela segurança que o local proporciona", garante. "Aqui a gente descansa, fora as benfeitorias. Tem a lagoa aqui no fundo, enfim é lindo demais", diz Rosmari.
O casal, ao lado do neto Miguel, de 8 anos, costuma ficar um, dois ou até três meses. "Não enchemos uma mão para contar as vezes que fomos na beira da praia. Este ano fomos apenas duas vezes", conta José Luiz. "O Miguel fica livre, tem amigos. Ele brinca na rua até as 22h, 23h. Nem se lembra de pegar o celular ou jogar videogame. O garoto vai dormir de cansado", diverte-se o avô.
Ele recorda que o ambiente é parecido com as cidades antigamente, onde todos podiam ficar despreocupados na rua até tarde. Além do que ainda tem o convívio com os vizinhos. "A gente senta, conversa, joga uma cartinha, faz uma carne. Muitas vezes, viemos para cá até no inverno", acrescenta.
Ao lado, se encontram a corretora de seguros Mara Kunst e seu filho adolescente, Pedro Henrique, moradores de Novo Hamburgo. A família frequenta o camping há oito anos. "Nós chegamos cinco dias antes da virada do ano e só voltamos para casa cinco dias antes de começarem as aulas", conta o garoto. "A tranquilidade daqui é uma coisa que não tem preço. Os meninos se sentem livres aqui. A gente mora na cidade, onde não dá para ficar saindo por aí. Mas, no camping, o Pedro e seus amigos jogam futebol, vão à lagoa e à piscina, andam de bicicleta. O contato com a natureza é algo para se lembrar sempre", finaliza Mara.