Quiosque de Imbé completa 40 anos com a força da família e incentivo dos amigos
Mineiro e a esposa Conceição ultrapassaram quatro décadas graças ao atendimento diferenciado
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“Minha filosofia é viver bem com tudo e com todos. Dando respeito para ser respeitado”, filosofa Mineiro.
Protásio e Conceição dividem o pensamento que explica a longevidade, “viver bem, com carinho, com sinceridade, honestidade e com todos, independentemente de ser uma pessoa de relevância na sociedade ou uma sem condições financeiras”, destaca Conceição.
A aposentada Marlene Stechman, de 64 anos, moradora de Porto Alegre, há cinco anos, sempre que está em Imbé, aproveita o ambiente alto astral no quiosque. “Eles deixam a praia mais gostosa por proporcionar conviver com nossos amigos, além do atendimento familiar e dos excelentes pratos servidos”, destacou Marlene. O marido Nival Marcantonio, de 59 anos, acrescenta que são os únicos que abrem durante todo o ano.
Mineiro sempre cita os amigos como responsável pelo sucesso do quiosque - Foto: Guilherme Testa
Mineiro e Conceição começaram a trabalhar em Imbé, quando o município ainda não havia se emancipado de Tramandaí, fato que veio a ocorrer nove anos depois da primeira “mesa de fazer milho”. Em 1978, Conceição trabalhava com Protásio em um hotel da beira da praia de Imbé. Enfrentando dificuldades financeiras, eles observavam o momento na orla e pensaram em reforçar o orçamento vendendo onde até então não havia conseguido. Porém, ao tentarem uma autorização na prefeitura de Tramandaí, obtiveram uma resposta negativa. “Tem mais 500 pensando igual a vocês”, lembra Conceição.
Mineiro e a esposa não desistiram e, meses depois, com a ajuda do amigo Afonso Pena Cury obtiveram a licença na prefeitura de Tramandaí e foram desbravar o novo mundo. Ainda não era uma carrocinha ou um quiosque. “Fomos os pioneiros no Imbé e só crescemos porque tivemos a ajuda de todos”, lembra o Mineiro. “Era uma mesa com um buraco para colocar a panela, onde fazíamos o milho, e um isopor para o refrigerante”, destaca Conceição.
Com o sucesso e com a clientela se formando, Mineiro e Conceição juntaram dinheiro e compraram a primeira carrocinha. Na sequência, um carroção até chegar ao quiosque com telhas de fibrocimento. Com o passar dos anos, a família ganhou destaque e foi uma das lideranças da campanha para a criação do quiosque no Calçadão.
“Quando comércio está fechado, nossos clientes vêm aqui, pois sabem que, se precisarem, eu vendo dois limões”, lembrou a matriarca.
“Uma vez um quiosque, que era um quadrado com telha, pegou fogo, os clientes apagaram e, no dia seguinte, estávamos trabalhando, pois eles nos incentivaram e montaram a barraca”, destaca
Mineiro.
Apesar de toda a alegria por ser tão querido pela comunidade e turistas há tanto tempo, o comerciante lamenta o fechamento da avenida Beira-Mar que tem trazido dificuldades para a família.
“Chegamos a perder 70% do faturamento”, afirma Mineiro, em um dos poucos momentos de tensão da entrevista.
Apesar da chateação, Protásio Mansuelo da Silva, rapidamente, volta a sorrir ao falar da família e dos amigos. “Tudo o que acontece até hoje é de ter um povo que me ajudou. Se os veranistas, os moradores, os amigos, os familiares e algumas pessoas de órgãos públicos não me ajudassem e não conseguiria. Por isso que somos diferentes. Tive ajuda do mendigo, do empresário, dos deputados e todos são meus conhecidos. Cada um contribuiu com uma forma”, ressalta.
O quiosque do Mineiro fica no Calçadão da avenida Beira-Mar, em Imbé, entre as avenidas Santa Rosa e Garibaldi.