Setor hoteleiro é ocupado majoritariamente por brasileiros após Réveillon, diz Sindilitoralnorte

Setor hoteleiro é ocupado majoritariamente por brasileiros após Réveillon, diz Sindilitoralnorte

Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares disse que estrangeiros não estão chegando no fluxo esperado

Gabriel Guedes

Sindicato disse que presença de estrangeiros nas praias gaúchas é baixa na temporada de 2020

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Com muito sol, pouca chuva e muito calor, o Litoral Norte se tornou uma boa pedida para o verão 2019/2020. Nesta temporada, estrangeiros estão vindo, mas segundo análise do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da região (Sindilitoralnorte), não no fluxo desejado. No entanto, isso não significa que o setor esteja amargando um mau resultado. Conforme a presidente da entidade, Ivone Ferraz, este é o “verão dos brasileiros” na região, que tem mantido quase 100% de ocupação da rede hoteleira desde o Réveillon.

Atrativos como comodidade, serviços e atrações de entretenimento, até em meio à natureza, são diferenciais que têm conquistado a preferência dos visitantes. Tem até quem tenha mesmo trocado Punta del Este por Imbé por causa das condições meteorológicas favoráveis no Rio Grande do Sul. A professora argentina Mary Estela Palczykoski, 50 anos, seu filho, Martin Hikaru Ito, 10, e a vó dele, Angélica Celestina Sandri, 80, são de Oberá, província de Missiones, vêm para o Hotel Fazenda Figueiras, em Imbé, há dez anos. Desta vez, a turma reduziu para três, por causa da crise no país vizinho. Mas em 2018 estiveram presentes nove pessoas e em 2017 chegaram a vir 11 da mesma família. “A gente gosta de verão, mas não curte sol. E o Martin não para. Então, aqui tem muito espaço para ele se divertir: tem futebol, sorvete, supermercado perto e sinal de wi-fi”, conta a mãe sobre o filho, que adora jogar bola, é torcedor do River Plate, mas é chamado de Messi pelos mais próximos.

Entretanto, o esforço para vir ao Brasil, desta vez, foi maior. “O real está valendo 20 vezes mais que o peso. Para poder estar aqui, eu tive que economizar dois meses e meio o meu salário de ‘jubilado’”, como são chamados os aposentados na Argentina. “Caiu substancialmente a procura por estrangeiros. Principal público, que são os argentinos, têm procurado pouco, por causa da crise deles, do dólar alto”, justifica Ivone. Segundo a presidente, o movimento de estrangeiros agora corresponde a 20% do que foi observado no verão do ano anterior. “A gente teve um início de verão, no Natal, como sempre, um pouco tímido. Teve um aumento de 15% na demanda. Mas no réveillon foi surpreendente, com 100% de lotação. E a gente manteve esta constante até este metade de janeiro”, comemora.

Em Imbé, o Hotel Fazenda Figueiras aposta nas várias atrações e comodidades aos seus hóspedes como diferencial. Isso tem chamado a atenção também dos brasileiros e sobretudo, dos uruguaios. Na temporada, há o transporte do turista até a praia de Mariluz. Mas para quem não curte a areia, há shows, trilhas ecológicas, atividades esportivas, recreativas e até campeiras, além das piscinas térmica e fria. “A gente investe muito no lazer. Outra coisa é a gastronomia. Aqui na praia é muito difícil ter esta nossa qualidade”, destaca o diretor executivo do hotel, Marco Adamy.

Quem optou por passar o verão em um hotel na cidade, não se arrepende. “Trocamos Punta del Este por Imbé por causa do clima. Aqui é mais quente, mais agradável. Lá o mar é gelado e esfriava mais à noite. Estamos gostando bastante e pretendemos voltar”, conta o dentista de Jaguarão, Carlos Alexandre Vieira, 53, que viajou com a esposa, Marcia Guerrero Vieira, 33, e o filho, também Carlos Alexandre, de 1 ano e 7 meses. A família foi a Imbé pela primeira vez a convite do irmão do dentista, Júlio Cesar Araújo Peres, 62, policial militar aposentado e que há 20 anos fica hospedado no local por pelo menos duas semanas por ano. “É a melhor coisa. Ninguém se incomoda”, elogia.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895