Verão inicia com recorde de casos de dengue no Rio Grande do Sul

Verão inicia com recorde de casos de dengue no Rio Grande do Sul

Estado já registrou 66.677 casos confirmados e 66 mortes em decorrência da doença

Christian Bueller

Em Porto Alegre, 69 agentes de combate às endemias atuam contra a dengue

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O verão começa com um recorde preocupante no Rio Grande do Sul, que registrou, até esta quarta-feira, 66.677 casos confirmados de dengue, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Destes, 66 pessoas perderam a vida em decorrência da doença. Ao todo, foram mais de 98 mil notificações, uma incidência de 606 casos a cada 100 mil habitantes. Quase todos os municípios gaúchos já foram infectados, 453 do total de 497 cidades (91%).

Segundo a SES, Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, é o município com mais infestação, liderando o número de mortes (9), notificações (8.070) e casos confirmados (7.026). Igrejinha vem em seguida, com seis vidas perdidas, 7.047 casos notificados e 6.558 contaminações confirmadas. Porto Alegre registrou quatro óbitos por dengue entre os 4,5 mil casos confirmados. Ao todo, foram um pouco mais de 7 mil notificações em 2022 até agora.

Para se ter uma idéia de comparação, em 2021, foram 16 mil notificações, 10 mil casos confirmados e 10 óbitos no RS. No último ano antes da pandemia, 2019, não houve mortes por dengue, em um pouco mais de 1,3 mil casos de contaminação confirmada. Naquele ano, 4 mil situações foram notificadas, uma incidência de 14,7 casos a cada 100 mil habitantes gaúchos. 

O Brasil deve bater o recorde anual de mortes por dengue em 2022. Até o boletim mais recente do Ministério da Saúde, deste mês, foram 978 óbitos — número superior à soma dos dois anos anteriores. Desde que as epidemias do vírus ressurgiram no Brasil, na década de 1980, o recorde é de 2015, quando 986 pessoas morreram pela doença. “Temos hoje o ano que ficará marcado na história da dengue no Brasil como o pior ano, seja no número de casos ou de óbitos. Muito provavelmente ultrapassaremos a marca de mil mortes no país. Dengue mata: é a principal mensagem que se deve passar à população”, afirmou o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime.

Os cuidados contra a dengue continuam os mesmos: evitar o acúmulo de água parada e lixo em quaisquer recipientes, dentro ou fora de casa, onde possa haver um criadouro do mosquito. Como a grande maioria dos criadouros está em domicílios, a participação da população é essencial para barrar o avanço da doença. Ao tomar ciência de pontos de foco em terrenos vizinhos, a população deve acionar a prefeitura de sua cidade ou qualquer órgão respectivo ao poder público local.


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