Veranistas aproveitam trilha do Morro de Itapeva e aprendem sobre a biodiversidade local em Torres

Veranistas aproveitam trilha do Morro de Itapeva e aprendem sobre a biodiversidade local em Torres

Exclusivamente nesta semana, o deslocamento da praia até o parque está sendo oferecido pela Sema, de forma gratuita

Correio do Povo

Trilha ecológica em meio ao bioma Mata Atlântica é uma das alternativas para os turistas no Parque Estadual do Itapeva

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Como parte da Operação Verão Total, a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), por meio da Assessoria de Educação para a Sustentabilidade (Assea), está percorrendo o litoral gaúcho, de Norte a Sul, com o intuito de sensibilizar os veranistas sobre a importância da preservação dos recursos naturais.

Nesta semana, quem passou pela Praia da Guarita, em Torres, teve a oportunidade de conhecer a biodiversidade local por meio de atividades lúdicas e pôde, além disso, fazer uma trilha ecológica em meio ao bioma Mata Atlântica no Parque Estadual do Itapeva.

O parque tem cerca de mil hectares de extensão e é uma das 24 Unidades de Conservação (UCs) do Estado, estando há poucos minutos, de carro, da Guarita. No Peva, como é carinhosamente chamado, os visitantes entram em contato com espécies endêmicas de plantas e animais a partir de trilhas guiadas.

“Itapeva é uma unidade muito especial porque tem vários ambientes que devem ser protegidos, com diferentes espécies de flora e fauna associadas. Abriga, assim, uma biodiversidade gigantesca”, avalia a analista ambiental do parque Danúbia Pereira do Nascimento.

A UC, instituída pelo Decreto Estadual n° 42.009/2002, se propõe a preservar uma paisagem característica da planície litorânea do Estado, formada por dunas, vegetação de restinga, campos secos e alagados, banhados, afloramentos rochosos e mata paludosa (floresta formada sobre solos úmidos).

Litoral para além da praia

Opção de passeio para quem deseja descobrir a cidade de Torres para além da praia, a Trilha do Morro de Itapeva vem atraindo visitantes diariamente. O deslocamento da praia até o parque nesta semana foi oferecido pela Sema, de forma gratuita.

Na quarta-feira, a van ficou lotada de turistas. Quinze moradores das cidades de Glorinha, Gravataí, Porto Alegre, Pelotas e também da Argentina compuseram o grupo de “trilheiros”.

“Tiramos o dia para descansar e aproveitar. Não temos esse contato com a natureza no dia a dia, e as pessoas às vezes não sabem cuidar e dar valor”, comenta a funcionária pública Núbia Helena Barbosa, de 44 anos, que participou acompanhada da filha, de 11.

A trilha ecológica é leve, indicada para crianças e idosos. No trajeto do morro até a Praia de Itapeva, onde é possível avistar a pedra que dá nome à UC, os visitantes percorrem a mata, testemunhando a transição entre ambientes e a interação entre espécies. O mirante de madeira montado sobre as dunas garante um visual digno de foto.

Toda a atividade dura cerca de 3h, com muitas paradas para explicações no caminho. Embora não tenham aparecido, os animais que habitam a UC garantiram a trilha sonora do passeio. A Mata Atlântica é morada para o macaco-prego, o gato-do-mato, a lontra e o mão-pelada, entre tantas outras espécies. Destaque também para o sapinho-de-barriga-vermelha, anfíbio ameaçado de extinção que só é encontrado no trecho entre o Litoral Norte gaúcho e o extremo sul de Santa Catarina, sendo o Peva a única unidade em que está protegido.

“Foi muito legal e emocionante. Aprendemos bastante”, definiu o consultor de negócios Tiago Teixeira, que visitou o local mais de uma vez, movido pela curiosidade. “No fim, a gente sabe que tem de preservar e usar os recursos naturais da melhor forma possível.”

Ao longo do ano, é possível agendar trilhas guiadas junto à administração do Itapeva. As visitas programadas são limitadas a grupos de 15 pessoas. O contato pode ser feito por e-mail (peitapeva@sema.rs.gov.br) ou telefone/WhatsApp (51 3626-3561).

Conhecer para preservar

As demais atividades de educação ambiental oferecidas no estande montado na Praia da Guarita já atraíram mais de 300 veranistas desde o início da semana.

No "observatório de aves", as crianças podem “avistar” espécies usando um monóculo e, depois, tentar identificar o animal conforme o catálogo fornecido. Os pais aproveitam para explicar aos filhos como funciona o objeto em formato de cone, que antigamente servia para visualizar fotos de família.

“Procuramos utilizar uma metodologia mais lúdica, com uso de jogos e também conversa, buscando sensibilizar as pessoas sobre temas relacionados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, explica a coordenadora da Assea, Mariela Inês Secchi. “Focamos em preservação dos recursos naturais terrestres e aquáticos, biodiversidade, água e saneamento, além de mudanças climáticas.”

O estande também recebeu um ecoponto do Programa Sustentare, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), para depósito de resíduos eletrônicos e óleo de cozinha. A iniciativa faz parte da Operação Verão Total, do governo do Estado, e conta com parceria da Prefeitura de Torres e do Grupo de Estudos dos Mamíferos Aquáticos (Gemars), que contribuíram com materiais educativos adicionais para o estande da Guarita.

Próximo destino

A próxima parada da equipe da Sema será em Tramandaí, nos dias 20 e 21 de fevereiro, e em Cidreira, no dia 23. Na ocasião, haverá visitação ao Horto Florestal. O estande de educação ambiental já passou pela Praia do Cassino, em Rio Grande, e pela Praia do Laranjal, em Pelotas.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895