Especialista adverte: 90% dos casos de halitose são de origem bucal

Especialista adverte: 90% dos casos de halitose são de origem bucal

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Hiper-higiene, na tentativa de reduzir o odor pode agravar o problema | Foto: Roberto Vinicius da Silva / Divulgação CP


Problemas no estômago representam menos de 2% dos casos de mau hálito

O mau hálito em geral é associado a problemas no estômago ou à falta de higiene. No entanto, essa inadequação na saúde, que afeta a vida pessoal, profissional, social e até mesmo amorosa de uma pessoa, pode estar associada a outras questões que devem ser diagnosticadas por um profissional especializado. De acordo com a cirurgiã-dentista Ana Elisa da Silva, muitas vezes, sem muito conhecimento, o paciente procura gastroenterologista e otorrinos, faz sucessivas endoscopias e radiografias da face e até a retirada das amígdalas para resolver a questão, mas a complicação permanece.

Conforme Ana Elisa, 90% dos casos de mau hálito, também chamado de halitose, são de origem bucal. “O estômago responde a menos de 2% e, ao contrário do que se pensa, muitas pessoas que estão com o hálito alterado apresentam hiper-higiene. Fazem várias escovações durante o dia, escovam com mais força, usam enxaguantes bucais e, no pior dos cenários, usam ‘receitas da Internet’ na tentativa de solucionar a questão. No entanto, estes comportamentos podem acabar agravando o caso”, analisa.

Ana Elisa explica ainda que é muito comum pessoas apresentarem alteração no hálito e não perceberem. Isso acontece devido a uma condição adaptativa chamada de fadiga olfatória, que limita nossa capacidade de perceber odores aos quais somos expostos com frequência. Assim como deixamos de sentir o cheiro do perfume que usamos no dia a dia, também não somos capazes de identificar odores desagradáveis no hálito, nos pés ou no suor, por exemplo. “Por outro lado, existem pacientes que chegam ao consultório com certeza de que estão com mau hálito e apresentam todas as restrições sociais que esta condição provoca. Mas a alteração não é percebida por outras pessoas na intimidade ou nas interações sociais. Esta condição é chamada de halitose subclínica”, observa.

Por tudo isso, a pessoa raramente é uma boa avaliadora do seu próprio hálito. A dentista destaca que o ideal é fazer verificações regulares com alguma pessoa de confiança. Ou se preferir, procurar um cirurgião-dentista qualificado. Como a maioria dos casos tem origem bucal, ele é o profissional indicado para avaliação, tratamento e atuação multiprofissional. E, sobretudo, entender que esta é uma condição que merece ser tratada com mais respeito, empatia e menos tabus.

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