"Água redonda e comprida" está no teatro do Instituto Goethe

"Água redonda e comprida" está no teatro do Instituto Goethe

Espetáculo apresenta coreografia inspirada em conhecimentos Kaingang

Correio do Povo

'Água redonda e comprida' está em cartaz em curta temporada

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            Nayane Gakre, uma menina de 11 anos, sobre ao palco com a atriz e bailarina Geórgia Macedo para um espetáculo tão sensível quanto intenso. Ali, elas demarcam como território indígena nossos palcos, numa montagem que traz para a cena pessoas kaingang na coreografia, orientação e narrativa. "Água redonda e comprida" estará em curta temporada, nos dias 3, 4 e 5 de novembro, às 20h, no teatro do Instituto Goethe da cidade de Porto Alegre. O espetáculo, contemplado no edital (Re)Volta da Dança 2022 - uma parceria entre o Centro Municipal de Dança da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa/PMPA com Goethe-Institut Porto Alegre, inaugura uma obra coreográfica inspirada no conhecimento do povo Kaingang sobre as águas que banham o sul do Brasil.

            "As águas, como seres vivos, possuem as marcas dos clãs do povo Kaingang, que são habitantes de territórios que compreendem o estado do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo. É na complementação entre as marcas redondas e compridas, que são as metades Kame e Kainru, que o mundo pode ficar em equilíbrio. É nesse sentido que é dado nome às goj tej (águas compridas, dos rios e pertencentes à metade Kame), e às goj ror (águas redondas, das nascentes e pertencentes à metade Kainru). Isso tudo eu venho aprendendo com a Iracema Gah Teh há alguns anos. E foi a partir da oportunidade desse edital, que veio a ideia de construir essas imagens na linguagem das artes cênicas”, afirma Geórgia Macedo, que idealizou e faz a direção geral desta montagem. Junto com ela estão Iracema Gah Teh Nascimento, na orientação; Kalisy Cabeda, na direção cênica e artística e Camila Vergara na preparação corporal e direção de movimento. Completam o time Isabel Ramil, nos figurinos e cenografia, Thiago Ramil, na trilha sonora, Thais Andrade, na criação de luz, e os textos e narrativas de Iracema Gah Teh e Angélica Kaingang.

            Inspirado nesse conhecimento e construindo novas perspectivas de criação, o espetáculo reúne diferentes gerações de pessoas indígenas e não indígenas. Em cena, as águas se movem por meio da dança impressa em dois corpos: uma bailarina não indígena e uma pré-adolescente indígena Kaingang. É justamente a partir dessas duas mulheres e suas narrativas diversas, com experiências de vida muito diferentes, que o orgânico e o intuitivo ganham espaço e se tornam aspectos importantes da linguagem de dança que é desenvolvida. Nesta e nas muitas diferenças entre elas que nasce algo novo. Juntas, exploram formas de contar sobre as águas redondas e compridas através da linguagem da dança contemporânea. O espetáculo tem entrada gratuita, com distribuição de senha no local, uma hora antes de cada apresentação.


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