A bolha positiva de Vitor Kley contagia os gaúchos

Após um show com uma energia positiva e canções que contagiam até o mais incauto ouvinte, é impossível não se render ao carisma, ao talento e às boas vibrações que emanam do show do gaúcho Vitor Kley. Neste domingo à noite, no Auditório Araújo Vianna (a primeira vez dele neste palco) não foi diferente. O clima que antecedia o show (que começou meia hora atrasado) era de contágio e friozinho na barriga dos fãs de todas as idades, todas as idades mesmo. Pense em uma fileira da plateia, na qual temos uma senhora de uns 70 anos, outras duas 40 e poucos anos e logo depois jovens e crianças de três, quatro, cinco anos de idade. 

Vitor estreou no seu Rio Grande do Sul o show que divulga o seu primeiro trabalho audiovisual ao vivo, gravado em abril de 2023, “A Bolha ao Vivo em São Paulo”, que está sendo lançado em três packs. O primeiro já veio em 28 de setembro, o segundo chega na quarta, 11 de outubro e o terceiro vem no dia 26 de outubro. O DVD completo estarpa disponível no dia 1<SC120,176> de novembro. O trabalho conta com singles de sucesso, músicas recém lançadas, composições inéditas e participações de Samuel Rosa, Jorge e Mateus, Priscilla Alcantara, L7nnon, Bruno Martini e Rick Bonadio.

Mas vamos ao show propriamente dito. Nos bancos, havia fitas e balões roxos para encher e dar o colorido que a Bolha necessita e eis que Vitor Kley (voz, violão e guitarras) entra com sua banda formada por Gabriel Cirico (bateria), Léo Beltrão (baixo) e Heitor Dias (guitarras) e já dispara “Ainda Bem Que Chegou”, com o auxílio das luzes em tons roxos e as letras da música no telão fazendo todos se embalarem. E a festa e a empolgação continuou em alto astral, com clássicas como “Morena”, “Menina Linda”, “Jacarandá”, “Anjo ou Mulher”. 

Com a espontaneidade que lhe é peculiar, Vitor conversou com a galera logo depois das primeiras músicas e o fez de forma cantada: “Vocês estão gostando do shooooow?”, perguntou com uma afinação impecável para a resposta efusiva das palmas, gritos e assobios. “Eu estou muito feliz de estrear este show do DVD aqui em Porto Alegre, neste palco que é uma referência para o país Todas as minhas lembranças com a música, da escola, da minha família, são no RS, em Porto Alegre e Novo Hamburgo. Vamos fazer desta noite um momento inesquecível”, disse. 

E para noites inesquecíveis é importante alguma grande surpresa, como foi o caso do convidado anunciado por Vitor, Jonathan Correa, do Reação em Cadeia, e os dois entoaram “Me Odeie”, da banda que foi uma referência para Vitor no tempo em que morava em Novo Hamburgo. E Vitor seguiu conversando com o público e descendo do palco para ficar mais perto dos fãs. Seguiram-se canções muito especiais, acompanhadas pelo contágio da luz, do telão, das fitas coloridas que caiam das estruturas aéreas do Araújo e canhões de fumaça. “A Tal Canção pra Lua” e “Saideira” remeteram a uma referência para Vitor e para o rock nacional, a participação de Samuel Rosa, do Skank, no DVD. 
E o público respondia com uma empolgação e positividades ímpares. O Araújo não chegou a lotar, mas ficou bem cheio, com pouco mais de 2 mil pessoas em uma noite de chuva fina e insistente. 

Vitor Kley trocou de figurino, tirou o casaco em tons ocre e a camisa roxa, para botar uma camisa cavada branca e entoar outros hinos clássicos do seu cancioneiro como “Pupila”, “Adrenalizou”, mas também músicas mais difíceis do seu lado menos solar, porém positivo, como “Vai na Fé” e “O Dia de Amanhã”, a mais recente de trabalho, que fala da perda do grande amigo Matheus. O momento final foi com “O Sol” e “A Bolha”. Uma música solar e outra música que pode parecer de sombra, mas que diz muito deste mundo pós-pandemia. Apoteose total e o público de todas as idades mais do que extasiado e satisfeito.