“A Feira do Livro faz parte da identidade dos porto-alegrenses”

“A Feira do Livro faz parte da identidade dos porto-alegrenses”

O Tá na Mesa desta semana reuniu patronos de diferentes edições da Feira do Livro de Porto Alegre, que neste ano está na sua 70ª edição

Paula Maia
Os patronos ressaltaram o valor cultural da Feira do Livro e a necessidade de mais investimentos

Os patronos ressaltaram o valor cultural da Feira do Livro e a necessidade de mais investimentos

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O Tá na Mesa desta semana reuniu patronos de diferentes edições da Feira do Livro de Porto Alegre, que neste ano está na sua 70ª edição. Durante a reunião-almoço da Federasul, os escritores discutiram a importância cultural do evento literário e a necessidade de maior investimento em iniciativas que levem a literatura para as salas de aula e para dentro de empresas.

Alcy Cheuiche, patrono em 2006, relembrou o “auge da Feira do Livro de Porto Alegre”, uma época em que o espaço do evento era mais amplo e as vendas de livros chegavam a 500 mil exemplares. Neste ano, espera-se alcançar a marca de 300 mil, uma redução que ele atribui a diversos fatores. Para Cheuiche, a Feira do Livro é um evento cultural e econômico que inspirou a criação de outras centenas feiras em várias cidades do interior do Estado.

Outro ponto destacado por ele foi a relação de amizade entre os patronos que a Feira do Livro proporciona. “O ato de escrever é muito solitário”, comentou ressaltando que o evento possibilita a aproximação entre os escritores.

A patrona em 2011, Jane Tutikian reforçou que a Feira do Livro é parte da identidade dos porto-alegrenses e do povo gaúcho, um evento que conecta gerações e valoriza a cultura literária local. Ela destacou a resiliência da Feira do Livro de Porto Alegre, e afirmou que foi a paixão pelos livros – dos autores, editores e livreiros – que fez o evento literário passar por tantos desafios como enchentes e censuras.

Já o escritor Antônio Hohlfedt, patrono de 2007, fez uma provocação para que entidades apoiem mais a Feira do Livro e outros projetos culturais. Ele citou o projeto “Autor Presente”, criado em 1972, que promove encontros entre os autores e alunos. Hohlfedt destacou o impacto positivo dessas visitas em sua carreira e na formação de leitores. “A cultura está longe dos empresários”, considerou.

Dilan Camargo, patrono em 2015, compartilhou a importância desses eventos afirmando que os autores são vistos como “ilustres desconhecidos”, por isso a necessidade de uma maior visibilidade para esses projetos que promovem encontros entre os escritores e seus leitores.

A importância da Feira do Livro de Porto Alegre como incentivo para os jovens foi observada pela escritora Marô Barbieri, patrona em 2019. Ela enfatizou que livros infantis de qualidade são essenciais para formar futuros leitores de literatura adulta. “O trabalho que fizemos é de acostumar as crianças com textos de qualidade”, disse. Marô contou que, quando começou a escrever nos anos 1970, os livros para crianças não eram considerados literatura “séria”. No entanto, a partir dos anos 1980 e 1990, com o interesse crescente de grandes editoras, a literatura infantil ganhou destaque. Ela celebrou o reconhecimento desse gênero no evento da Capital.

Cintia Moscovich, patrona em 2016, enfatizou a importância de valorizar a literatura, música e artes, dentro das comunidades e nas escolas, para formar consumidores conscientes e preparados. Ela considerou que muitos jovens estão despreparados e carecem de um entendimento profundo do valor da cultura. Cintia também refletiu sobre a necessidade de preparar as novas gerações para serem “melhores consumidores de arte”.


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