A importância do protagonismo feminino em Star Wars
Personagem Rey retoma novamente na liderança da nova aventura da saga
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A personagem, com grandes méritos para a atriz, construiu o seu legado neste tempo inteiro no imaginário e principalmente no coração das fãs que enxergaram com a Princesa Leia, um modelo de que as mulheres podem fazer parte destas aventuras galácticas. Afinal de contas, existem muitas meninas que adoram este universo geek e nada mais justo apresentar um exemplo tão sério quanto os demais personagens masculinos em cena.
Além de mostrar que não era preciso apelar para os clichês da sensualidade e colocá-la na posição indefesa de mocinha à espera do herói. O mais empolgante em todas os filmes de Star Wars é que Princesa Leia sempre foi posicionada no mesmo patamar de importância que os homens. Mesmo que não seja protagonista da história, ela é tão importante quanto Luke Skywalker (Mark Hamill) e Han Solo (Harrison Ford). Ela é uma princesa que não usa vestidos. Ela é uma princesa que trabalhou ao lado de seus súditos e lutou contra Darth Vader junto dos companheiros. Ela não tem pose de madame e tampouco gosta de ficar esperando para agir. E o principal de tudo, ela não tinha medo, pois ela era uma rebelde. De princesa chegou ao posto de General da Resistência e de lá nunca mais saiu. Ninguém tem mais força que a Princesa Leia.
Em 1999, com "Episódio I: Ameaça Fantasma", foi a vez de Natalie Portman ser a nova líder feminina como a Rainha Padmé Amidala. Apesar de ser considerada uma trilogia mais fraca em comparação com a primeira, a saga não deixou de dar importância a uma personagem feminina. Padmé é completamente diferente de Princesa Leia, mas igualmente marcante para história. Afinal, ela é a fonte de esperança para o futuro da sua nação com seus filhos. Inicialmente com aparência inocente, a personagem vira completamente o jogo quando revela a sua estratégia com a participação da sua sósia, Sabé. E aqui está outro ponto interessante na saga que foi colocá-la em um cargo político e altamente diplomático. Ao contrário da Princesa Leia, Padmé é mais teórica do que prática quando tem que lutar pelo seu povo. Rainha de Naboo e depois Senadora do Senado Galáctico, sempre se manteve em altos cargos para lutar pelo que acreditava ser o certo.
Mas infelizmente, o seu envolvimento com Anakin Skywalker (Hayden Christensen) a partir do "Episódio II: Ataque dos Clones" e "Episódio III: A Vingança dos Sith", ofuscou os seus interesses políticos e prejudicou o seu desenvolvimento na história. Já que o diretor George Lucas errou no tom e a submeteu como apenas ao interesse romântico do protagonista e priorizou esta história como se fosse o único objetivo de Padmé dar a luz à Luke e Leia. Mas apesar do desequilíbrio, a Rainha Padmé também carrega uma força necessária para inspirar.
Após o sucesso do retorno da saga Star Wars aos cinemas com "O Despertar da Força", os produtores não pensaram duas vezes ao trazer Jyn Erso (Felicity Jones) como a protagonista de uma nova aventura no Império Galáctico em "Rogue One: Uma História de Star Wars". Ela é a líder de um time especial reunido pela Aliança Rebelde e se torna o elemento crucial na obtenção de informações sobre uma nova arma secreta do Imperador Palpatine e seu braço direito, Darth Vader. Totalmente nascida fora da realeza, Jyn desta vez vem debaixo, e é a representação da voz do povo que está em busca de sobrevivência. O que chama atenção de Mon Mothma (Genevieve O'Reilly), da Aliança Rebelde, que a recebe e lhe propõe a missão especial de descobrir que está sendo construída secretamente e como ela deve ser destruída.
Com grandes motivos pessoais por trás da sua motivação para participar desta nova batalha, Jyn entrega a animação em ter uma voz feminina também lutando nos combates contra o Império, mostrando que é fácil dar este espaço para que mulheres também possam agir como heroínas. É interessante também a tamanha complexidade que a protagonista possui na sua personalidade. Se por um lado, Jyn é resistente em se unir ao grupo para destruir a Estrela da Morte, por outro, é surpreendente como existe uma preocupação com a sua história para montar todo o seu quebra-cabeças dentro da trama. Desta vez, Star Wars acertou em focar em apenas nesta missão de Jyn.
Por fim, Rey foi a verdadeira responsável por alimentar a força das mulheres em filmes de ação e aventura. E por se tratar de uma série clássica e poderosa como Star Wars, certamente esta conquista abre caminhos para o futuro do gênero no cinema. A personagem encabeça esta nova trilogia que tem mostrado diversidade no elenco e maior empoderamento à estas pessoas consideradas secundárias no passado. A presença de Rey, e também de outras mulheres como a Capitã Phasma (Gwendoline Christie) - a stormtrooper feminina da Primeira Ordem porque também existem mulheres no Lado Negro da Força - trouxe maior identificação do público feminino ao universo Star Wars. As personagens como Rey e a própria General Leia Organa permitem para as fãs se imaginarem nestes papéis e não mais se fantasiando como os personagens masculinos da série, que claro, não há nenhum problema nesta escolha, mas abre mais espaço para a inserção das jovens ao universo.
Em "O Despertar da Força" vimos que Rey é uma jovem independente, forte e decidida em várias questões, tanto que a sua alma aventureira soube exatamente como agir em diversas situações. Assim como conhecemos seu lado acolhedor e sensível, mas em nenhum momento frágil a ponto de ser seu ponto fraco. E trazer a personagem da atriz Daisy Ridley ao protagonismo também importa no sentido de continuar apostando na força das mulheres em dar fôlego para a narrativa e instigando novos questionamentos dentro da própria saga.
Afinal, será que existe a oportunidade dela ser uma Jedi? Um núcleo que era dominado e limitado apenas aos homens? Quem são seus pais? Ela vai se juntar ao Lado Negro da Força? Talvez algumas das respostas estejam em "Os Últimos Jedi", mas a verdade é que todo time feminino da saga ensinou ao longo de todos estes anos é de que não pode existir conformismo nem mesmo na galáxia muito menos nos cinemas. O protagonismo feminino em Star Wars ganhou, timidamente, o seu espaço no cinema e só deve aumentar enquanto Princesa Leia, Rainha Padmé, Jyn e Rey continuarem inspirando com suas histórias de uma galáxia muito distante.