"A Voz do Silêncio" foca na solidão de personagens esperançosos

"A Voz do Silêncio" foca na solidão de personagens esperançosos

Filme foi o primeiro exibido dentro da Mostra Competitiva do 46º Festival de Cinema de Gramado

Lou Cardoso

Equipe do filme "A Voz do Silêncio" no tapete vermelho do 46º Festival de Cinema de Gramado

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"A Voz do Silêncio", dirigido por André Ristum, foi o escolhido para dar largada oficial dos longas-metragens na Mostra Competitiva do 46º Festival de Cinema de Gramado na noite dessa sexta-feira. Interligando diversas histórias de sete pessoas desconhecidas, o filme baixou o pique do público que a recém tinha assistido a estreia de "O Grande Circo Místico" no Brasil. 


Impregnando absolutamente uma tristeza crua da realidade, o filme tem objetivo de acompanhar o cotidiano destes personagens invisíveis aos olhos da sociedade. Desde do marido infiel, a mãe que sofre de alzheimer, a jovem que dança em um cabaret decadente até o solitário radialista, todos possuem um fio condutor que não os deixam desistir de seguir em frente com as suas pacatas vidas.



"A Voz do Silêncio" é um filme com o pé no chão e destaca o estado mais cru do ser humano. Digo isso, pois cada personagem possui uma sensibilidade que é invisível aos nossos olhos, mas está ali, escondido lá no fundo do peito. O momento de estagnação destes solitários batalhadores acontece na noite em que a população espera um eclipse vermelho. O que serve de simbolismo para o ponto de virada que salva a alma de cada pessoa. O que parece ser um alívio para a narrativa, mas foge do realismo que acompanhamos. Enquanto o cotidiano da tela é verossímil, o diretor dissimula um ciclo vicioso do pessimismo com uma discreta mudança do universo, que parece conspirar para que os personagens não percam a esperança.

O elenco está despido de qualquer vaidade e coloca à prova todo talento nesta história que pede uma atuação contida. O destaque fica para o ator Arlindo Lopes, que assume um personagem misterioso que desabrocha lindamente, assim como Stephanie de Jongh. Ela carrega um dos maiores dramas na história e consegue entregar um ótimo desempenho tendo que lidar com a mãe interpretada por Marieta Severo, mais uma vez majestosa no seu desempenho. Claudio Jaborandy representa fielmente o brasileiro batalhador ao dar vida a Odilon, um sujeito que sobrevive em dois empregos, mas sem deixar os estudos de lado. 

"A Voz do Silêncio" tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros para novembro de 2018.



 


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