Abbas Kiarostami é tema de curso na Cinemateca Capitólio

Abbas Kiarostami é tema de curso na Cinemateca Capitólio

Encontros vão debater a relação entre as obras do diretor e a história político-cultural do Irã

Correio do Povo

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A Cinemateca Capitólio (Demétrio Ribeiro, 1085), em Porto Alegre, recebe neste final de semana um curso sobre Abbas Kiarostami, um dos mais importantes cineastas iranianos e considerado um dos mais criativos do mundo moderno. "Abbas Kiarostami: A Invenção do Real", ministrado pela jornalista Ivonete Pinto, vai ser realizado no sábado e domingo, das 15h às 18h e vai focar suas obras, interseccionando-as com a realidade do país em relação a questões políticas, sociais e religiosas. Ainda restam 12 vagas e a inscrição deve ser realizada pelo site, onde estão disponíveis os valores.

No primeiro dia de encontro, serão debatidos o cenário histórico do Irã - abordando pontos fundamentais para entender o país nos dias de hoje, como a Revolução islâmica -, e o cinema iraniano desde o período do xá Reza Pahlevi (1941-1979) até os primeiros filmes do diretor, que terão exibição comentada de alguns trechos. Já a segunda aula vai focar em como Kiarostami é visto no Irã e fora do Irã após o Leão de Ouro em Cannes por "Gosto de Cereja" e na parceria criativa com Jafar Panahi.

A ministrante, Ivonete Pinto, é jornalista e doutora em Cinema pela USP, onde defendeu uma tese sobre Abbas Kiarostami. Também é professora de cinema e editora das revistas "Teorema" e "Orson". Foi sócia-fundadora e vice-presidente da Abraccine - Associação Brasileira de Críticos de Cinema, de 2011 a 2015. Ela também participou do Júri da Crítica em Festivais como FestRio, Gramado, Teerã, Mar Del Plata, Cine Ceará, Havana, Cartagena e Mostra de São Paulo.

O diretor:

Nascido no Irã em 1940, Abbas Kiarostami, reconhecido pela inquietação de nunca se repetir, seja na temática ou na linguagem, faleceu em julho deste ano, deixando o mundo do cinema consternado. No currículo, ele carrega de títulos incontornáveis do chamado cinema de arte, como "Onde Fica a Casa do Meu Amigo?"; "Gosto de Cereja"; "O Vento nos Levará" e "Cópia Fiel". Obteve diversos prêmios internacionais como: Palma de Ouro de 1997, e o Leão de Ouro do Festival de Veneza de 1999. 

Em 1990, lançou o controveso "Close-up" que, desde então, suscita questões envolvendo o embaralhamento entre ficção e não-ficção, demonstrando sua relevância para a discussão de um certo cinema contemporâneo interessado em imagens documentais. O longa está entre os 50 melhores filmes de todos os tempos de acordo com o British Film Institute. Conhecido pelo teor político de suas obras, Kiarostami não buscava o enfrentamento com o regime dos aiatolás. Procurava, incessantemente, confrontar a própria linguagem do cinema, fazendo da criatividade sua mola propulsora.

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