Aberta mostra sobre Iberê Camargo e Porto Alegre

Aberta mostra sobre Iberê Camargo e Porto Alegre

Exposição ‘Iberê e Porto Alegre - No andar do tempo’ foi inaugurada sábado

Álvaro Grohmann

Abertura da mostra no sábado reuniu artistas, apreciadores, autoridades e equipe da Fundação Iberê

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A exposição “Iberê e Porto Alegre - No andar do tempo”, com 38 obras do acervo, entre pinturas e desenhos, foi inaugurada na manhã de sábado na Fundação Iberê Camargo (Padre Cacique, 2000), em Porto Alegre. A abertura reuniu artistas, autoridades, integrantes da equipe da Fundação e apreciadores da arte. “Temos uma belíssima coleção de retratos de Porto Alegre que o Iberê fez. Então, nada melhor que homenagear Porto Alegre nestes 250 anos”, frisou o diretor-superintendente da Fundação, Emilio Kalil, lembrando que a instituição “tem uma missão das mais importantes” que é preservar o acervo do artista.

“Esta exposição é um presente que a Fundação Iberê Camargo está dando para a cidade de Porto Alegre, porque mostra 38 obras que são muito pouco conhecidas. Isso só é possível quando uma instituição tem realmente um acervo importante e de qualidade, além de um trabalho perene e sistemático de curadoria”, afirmou o secretário municipal de Cultura, Gunter Axt. “A característica específica deste acervo é mostrar um Iberê também pouco conhecido. Iberê se consagrou e se celebrizou pelas suas imagens impressionistas, carregadas de tinta. O que vemos aqui é um Iberê de paisagens, que usa técnicas diversas, inclusive desenhos com esferográficas, o que acho muito inusitado”, acrescentou.

Axt destacou as manchinhas de Iberê: “Chama muito a atenção é que esses trabalhos nós chamamos de manchinhas, que é quando o artista sai do seu atelier, caminha pela cidade, encontra alguma coisa que chama a atenção e rabisca na hora aquela impressão. Os trabalhos mostram justamente este testemunho e espontaneidade das manchinhas”, salientou. “É uma exposição muito rica, mostra um Iberê não muito conhecido e retrata essencialmente uma Porto Alegre dos 40 que não existe mais e depois, quando Iberê volta depois de um tempo fora, a Porto Alegre dos anos 80. É muito bonita, é um olhar inusitado sobre a cidade”, finalizou. Entre os lugares retratados estão o Guaíba, a Cidade Baixa, a Catedral Metropolitana, a Praça da Matriz, a Ponte de Pedra, a Rua da Praia, a Usina do Gasômetro, a Redenção e o pôr do sol. A mostra é organizada por Eduardo Haesbaert e Gustavo Possamai.

O professor da Escola de Humanidades da PUCRS e pesquisador das transformações da cidade, Charles Monteiro, foi convidado para contribuir com pequenos verbetes, contextualizando e trazendo à imaginação os ambientes da época. “Meu trabalho foi o de constituir os dez verbetes que relacionam a obra de Iberê Camargo com a cidade, os dois momentos em que ele trabalha, que é o final dos anos 30 e início dos anos 40 e depois os anos 80 e 90”, disse. “A lógica é estabelecer a relação entre a produção de obras dele sobre a paisagem e uma cultura urbana, uma cultura pública e o processo de formação da cidade naquele momento. A gente percebe que ele está inserido em um determinado contexto. Ele percebe muito mais as margens da cidade. Ele contemplou as principais referências da cidade, os marcos visuais da cidade e as margens da cidade, onde as pinceladas ficam mais livres”, complementou o professor. “Iberê é um pintor moderno que transita do desenho e da linha para o início de uma gestualidade maior e mais livre, em direção depois na trajetória à próxima abstração, sendo que no final mesmo ele não abandonou a figuração. Então não é totalmente abstrato o trabalho dele”, concluiu. 

 


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