Academia do Oscar convida Anna Muylaert e outros 10 brasileiros

Academia do Oscar convida Anna Muylaert e outros 10 brasileiros

Para promover diversidades, lista destaca mulheres e minorias étnicas

AFP e Correio do Povo

Diretora brasileira Anna Muylaert está entre as convidadas da Academia de Hollywood

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Quase metade dos convidados a se integrar neste ano à organização que entrega os prêmios Oscar é formada por mulheres, negros e outras minorias étnicas, anunciou a Academia de Cinema, respondendo, assim, às críticas pela falta de diversidade em suas cerimônias. O recorde de 683 pessoas inclui estrelas em ascensão como John Boyega, do último episódio de "Star Wars"; a atriz Emma Watson, de "Harry Potter"; a ganhadora sueca do Oscar Alicia Vikander; e a musicista Mary J. Blige, disse a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que entrega os prêmios.

O grupo convidado deste ano também inclui 11 brasileiros. São eles os diretores Anna Muylaert ("Que Horas Ela Volta?") e Alê Abreu ("O Menino e o Mundo"), Lula Carvalho (diretor de fotografia), Pedro Kos e Affonso Gonçalves (montadores), Antonio Pinto e Marcelo Zarvos (compositores), Rodrigo Teixeira (produtor), Renato dos Anjos (chefe de animação), Vera Blasi (roteirista) e Rodolfo Damaggio (designer). A lista completa pode ser conferida por aqui.

Do total de 683, 283 são membros são internacionais e representam 59 países. As mulheres representam 46% do total e as minorias étnicas 41%, disse a Academia, ressaltando que a lista inclui 28 ganhadores e 98 indicados. O convidado mais jovem tem 24 anos e o mais velho 91.

Esta ampliação é feita após as fortes críticas sobre falta de diversidade nos membros da Academia e entre os vencedores do Oscar. Na premiação de fevereiro, os 20 indicados nas principais categorias eram brancos, o que provocou apelos de boicote ao evento e revolta nas redes sociais que se cristalizaram na hashtag #OscarsSowhite.

"Esta lista continua nosso longo compromisso de receber o extraordinário e brilhante talento daqueles que trabalham no cinema hoje", disse a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs. "Convocamos a grande comunidade criativa a abrir ainda mais suas portas e criar oportunidades para qualquer pessoa que esteja interessada em trabalhar nesta incrível indústria cheia de histórias", acrescentou em um comunicado.

Expectativa

Se a maioria dos convidados decidir aceitar a convocação, a demografia dos membros da Academia começará a mudar e deixará de ser principalmente branca, masculina ou essencialmente maior de 60 anos. Mas levará tempo para diversificar os mais de seis mil eleitores da organização. A porcentagem de membros masculinos, hoje em 75%, cairá a 73% se todos os convidados deste ano comparecerem. Os brancos passariam de 92% a 89%.

Os diretores da Academia prometeram dobrar o número de mulheres e minorias étnicas até 2020. A idade média de seus membros é 63 anos, declarou à AFP um integrante da organização no início do ano. Cada candidato deve ser apoiado por dois membros que acreditem que ele ou ela "demonstrou conquistas excepcionais no cinema". Os indicados ao Oscar também devem ser considerados.

A partir deste ano, o direito a voto para os novos membros será de apenas 10 anos, e será renovado apenas se os integrantes estiverem ativos em filmes durante este tempo. No entanto, embora muitos tenham saudado a decisão da Academia de aumentar a diversidade entre seus membros, outros questionaram se todos os convidados merecem esta honra.

"Alguns são muito conhecidos e inquestionavelmente talentosos, mas suas conquistas no campo do cinema, em comparação com outras mídias, parecem faltar", afirmou Scott Feinberg, analista de prêmios para a revista The Hollywood Reporter. "Certo, um pouco de progresso é melhor que nenhum progresso. Mas não estou convencido de que uma Academia com membros mais diversos, mas menos qualificados, seja uma Academia melhor", completou.

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