Academia Sueca anuncia eleição de dois novos membros
Instituição contava até o momento com apenas 10 membros ativos, sendo que o estatuto exige 12 acadêmicos
publicidade
As divergências dentro do organismo sobre como gerenciar o escândalo de abuso sexual cometido por um francês próximo à instituição e casado com uma integrante provocou graves tensões entre os seus integrantes. Vários deles pediram demissão, incluindo sua secretária permanente Sara Danius.
A escolha de Jila Mossaed, de 70 anos, poetisa nascida em Teerã, que escreve em sueco e persa, e a de Eric Runesson, nascido em 1960, juiz do Supremo Tribunal da Suécia, permite que a Academia recupere o quorum necessário para funcionar. "Percorremos boa parte do caminho para restaurar a confiança [na Academia]. As coisas parecem diferentes agora", assegurou o secretário permanente interino, Anders Olsson.
O rei Carl XVI Gustaf da Suécia, padrinho da instituição, anunciou em maio uma modificação no estatuto da Academia: os membros da Academia, inicialmente eleitos perpétuamente, passaram a ter direito a renunciar e ser substituído. "A eleição de dois novos membros é positiva. Espero que a Academia Sueca consiga restaurar a confiança na instituição e possa continuar o seu trabalho", declarou Carl XVI Gustaf, em comunicado.
Jila Mossaed substitui o escritor Kerstin Ekman, que se afastou da Academia em 1989, depois que a instituição se recusou a condenar uma fátua lançada pelo regime iraniano contra o escritor britânico Salman Rushdie por seu romance "Os Versos Satânicos". "Meus escritos não foram reconhecidos no meu país de origem, e agora a minha nova nação me oferede uma das melhores posições literárias graças a eles", disse Jila Mossaed, que vive exilado na Suécia desde 1986.