Acusado de escândalo sexual na Academia Sueca tem prisão preventiva decretada
Jean-Claude Arnault pode ser condenado a três anos de detenção
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O tribunal decidiu decretar a prisão preventiva do artista a pedido da promotoria, que sugere uma pena três anos de prisão, o que pode indicar que o veredicto - que será divulgado na próxima segunda-feira - será condenatório. "A situação se agravou, agora corre o risco de uma longa pena de prisão e pode ser tentador para ele viajar para o exterior", disse a promotora, Christina Voigt, ao término do julgamento, realizado na maior parte do tempo a portas fechadas a pedido da denunciante.
O advogado de Arnault, Björn Hurtig, admitiu em declarações à imprensa sueca que o risco de condenação de cliente, que nega as acusações, é "iminente" e anunciou um hipotético recurso. Durante o julgamento, que durou três dias, testemunharam sete pessoas às quais a mulher relatou os fatos, entre elas um psiquiatra, embora não haja provas técnicas das acusações.
A promotoria tinha fechado em março partes da investigação preliminar, até que em novembro do ano passado 18 mulheres denunciaram, quase todas de forma anônima, em um jornal sueco uma "personalidade cultural" muito próxima à academia, depois identificada como Jean-Claude Arnault.
A reportagem jornalística apontava que Arnault tinha cometido abusos em seu clube literário e em propriedades da academia. Ao explodir o escândalo, a instituição cortou relações com o artista e iniciou uma auditoria, que concluiu que Arnault não tinha influído em decisões sobre prêmios e ajudas, embora o apoio econômico recebido da academia por seu clube literário descumpra as regras de imparcialidade, pois sua esposa era coproprietária.
A Academia Sueca impulsionou várias reformas e adiou o Nobel de Literatura deste ano, pela primeira vez em 70 anos. Com isso, em 2019 serão entregues dois prêmios, medida justificada pela falta de confiança e o enfraquecimento da instituição.