Al Pacino festeja 80 anos com ação

Al Pacino festeja 80 anos com ação

Pacino pode ser visto em nova série da Amazon Prime, “Hunters”, grande aposta da plataforma para o Emmy

Marcos Santuario

Al Pacino pode ser visto em nova série da Amazon Prime, “Hunters”

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O garoto nascido em 1940, no dia 25 de abril, tornou-se um mito e agora completa 80 anos. Nascido Alfredo James Pacino, viu seus pais se divorciarem ainda criança. Cresceu no Bronx, um dos bairros mais difíceis da Nova Iorque glamourizada. Quando adolescente cometeu alguns delitos e chegou a ser preso aos 20 anos. Sua verdadeira liberdade viria pelo universo da interpretação, que apareceu em sua vida como oportunidade. Participou de várias obras de teatro underground, em Nova Iorque e, no início, não foi aceito no Actors Studio. Não se abalou e começou sua carreira cinematográfica atuando em 1969 no filme “Me, Natalie”, em um papel menor de apoio. A verdadeira estreia em um papel principal foi no drama “The Panic in Needle Park”, de 1971. Ali foi visto pelo grande diretor Francis Ford Coppola, que o levaria a viver o papel que o lançaria à fama mundial, o de Michael Corleone em “O Poderoso Chefão”.

Pacino, incansável e talentoso, pode ser visto em uma nova série da Amazon Prime, “Hunters”, grande aposta da plataforma para o Emmy, programado para ocorrer em setembro próximo. A série traz o tema do nazismo, é contextualizada nos anos 70 e reúne um grupo de caçadores de nazistas. Eles encontram centenas de oficiais do alto escalão do exército de Adolf Hitler que vivem nos EUA, sem responder pelos seus crimes de guerra. Alguns ainda mantêm fidelidade aos ideais de Hitler e é aí que o grupo liderado por Pacino atua. Espécie de tutor do protagonista Jonah Heidelbaum, vivido por Logan Lerman, Pacino organiza, com o grupo, planos para impedir que essas pessoas voltem a ameaçar judeus, negros e homossexuais. A trama se desenvolve, em dez episódios de cerca de uma hora cada, em uma cruzada que busca de justiça para aqueles que foram mortos na Segunda Guerra Mundial.

Neste e em outros trabalhos cinematográficos, Pacino tem sido referência para seus companheiros de profissão, e imagem que garante qualidade e compromisso artístico para o público. A genialidade de Al Pacino também pode ser percebida nas recentes produções de “Era uma vez em Hollywood”, de Quentin Tarantino, e “O Irlandês”, de Martin Scorsese. As duas produções tiveram indicações ao Oscar 2020, mostrando parte do enorme talento do ator. Obra vasta que, para ser melhor entendida, requer um passeio pela trajetória cinematográfica deste grande ator. Além de ser o Michael Corleone de Copolla, ele foi o Tony Montana em “Scarface”, policial, detetive, advogado, ganhou Oscar de Melhor Ator no 65ª Prêmio da Academia por sua atuação como o sedutor Frank Slade do encantador “Perfume de Mulher”, e foi muito premiado, no cinema e no teatro. Antes da vitória como Slade teve outras sete indicações à estatueta de Hollywood. Seu Michael Corleone lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, assim como por seus papeis em “Dick Tracy” e “O Sucesso a Qualquer Preço”. Suas indicações ao Oscar de Melhor Ator incluem “O Poderoso Chefão – Parte 2”, “Serpico”, “Um Dia de Cão” e “E Justiça para todos”.

Seu rigor profissional é reconhecido. Presenciei isso em encontros nos quais ator recebeu homenagens em edições do prestigiado Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Canadá. Reverenciado por todos, conta, com detalhes, como se prepara para papeis. Para viver Sérpico, por exemplo, foi a fundo na corrupção dentro do departamento de polícia de Nova Iorque e fez patrulha durante semanas pelas ruas da cidade, bem próximo de situações de perigo real. Quando foi Tony Montana pediu que falassem com ele em espanhol durante as filmagens para poder mergulhar ainda mais na pele do imigrante cubano que se transforma em um dos maiores narcotraficantes em Miami. Ainda com toda esta disciplina e profissionalismo, confessa que sobra espaço para improvisações que tendem, como ele mesmo diz, a “melhorar ainda mais as produções”. E pretende seguir criando. Ainda bem.


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