Arnaldo Antunes retorna à Capital com novo trabalho

Ele diz adorar tocar no Sul. Quem já o viu nos palcos daqui percebe que não é discurso pra conquistar público. Para os demais, ele vai provar nesta quinta-feira, a partir das 21h, no palco do Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685), lançando seu novo trabalho, “Disco”. “Gravei “Disco” entre shows e viagens, de forma diferente dos trabalhos anteriores”, comentou Arnaldo, em entrevista, após a estreia do show, no Rio de Janeiro. Surpreso com sua própria safra de criações poético-musicais, o artista diz ter encontrado aí a forma de registrar o momento criativo satisfazendo, paralelamente, sua “sede de palco”.

Lembrando dos “velhos” shows no Opinião, em Porto Alegre, Arnaldo Antunes revela que o show desta quinta começa com seu momento pop, parte para as canções mais serenas e vai avançando para uma sonoridade roqueira mais pesada, com “Vá Trabalhar” e “Sentido”. “Disco” é todo feito de canções inéditas”, comenta, explicando que, no show, se permite releituras e homenagens. Estas vêm com a releitura de “Grávida”, sua parceria com Marina Lima, nunca antes cantada em seus shows. Tem, ainda, versão de “Até Quem Sabe”, de João Donato e Lysias Enio; releitura de “Medo”, de sua época de Titãs; e um arranjo de banda para “Que Me Continua”, do seu recente álbum, em parceria com Edgard e Toumani Diabaté.

Tendo a música no patamar da arte que trabalha com a criação de atmosfera e alteração de consciência, Arnaldo Antunes revela que navega, tranquilo e atento, pelo universo pós-moderno, de transformações, de paradoxos e de transitoriedades pessoais e sociais. “Os laços temáticos entre as letras de músicas têm sido marca de meu trabalho, e hoje as possibilidades são ainda mais amplas”, resume. No palco, o poeta da voz marcante vem acompanhado de Curumin, Edgard Scandurra, Betão Aguiar, Chico Salem e André Lima.