Arte de Kelvin Koubik traz humanização às ruas de Porto Alegre

Arte de Kelvin Koubik traz humanização às ruas de Porto Alegre

Cada mural do artista é elaborado a partir do contexto e espaço no qual está inserido

Luciana Vicente

Koubik trabalha com arte há 17 anos

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Quem gosta de arte de rua deve estar sentindo falta de cruzar com os murais e grafitesque humanizam a cidade de Porto Alegre. Enquanto a orientação é ficar em casa, por causa da pandemia do novo coronavírus, a street art de Kelvin Koubik pode ser conferida por aqui.

Há 17 anos, Koubik espalha suas criações pelos muros de Porto Alegre, como a da Avenida Mariante - na qual retrata a moradora da casa, Dona Ana Ruth de 80 anos -, a da Rua Hoffmann, na Floresta; a da Rua Múcio Teixeira, no Menino Deus, e a da Rua Graciliano Ramos, no Jardim do Salso. Os seus trabalhos podem ser conferidos pelo seu site  ou pelo Instagram @kelvinkoubik.

Koubik começou a fazer arte urbana ao pintar cartazes e colar lambe-lambe, aos 13 anos deidade, em 2003, junto a dois amigos. Em seguida, em 2004, fez seu primeiro grafite e, em 2010, entrou para o Instituto de Artes da Ufrgs e ampliou sua visão sobre Arte.

“A universidade me expandiu o repertório, conhecimento prático e teórico, e pude entender um pouco mais o que eu estava buscando. Nunca deixei de pintar na rua, mas, por alguns anos, pintei com mais dúvidas sobre o que estava fazendo e para quem”, lembra. 

Segundo ele, aos poucos a prática da arte de rua começou a ser retomada com mais frequência e, atualmente, o seu principal suporte é a parede e o grande formato. Em função de novas referências, trabalha, quase que totalmente, com tinta acrílica, pincéis e rolos. Usa a tinta spray quando deseja acelerar algum processo ou dar uma característica de traçado próprio.

Cada mural do artista é elaborado a partir do contexto e espaço no qual está inserido, características que conversam com o movimento artístico muralismo. Alguns elementos são recorrentes na sua pintura, mas não necessariamente se repetem, como a natureza, as texturas e os traços soltos. O pintor diz que cuida bastante para manter um estilo e se renovar.

De acordo com Koubik, as combinações de algumas imagens formam amálgamas que podem ser traduzidas individualmente de maneiras diferentes e isso é algo que gosta bastante - leituras distintas do mesmo trabalho.

Humanização

Para Koubik, a arte de rua é uma forma de humanizar a cidade e se aproxima muito do que acredita em um trabalho na rua. “A plataforma mais democrática da Arte, sem dúvida é a rua. Quando adentramos em um museu e galeria já estamos direcionados a considerar o seu conteúdo de arte, porém, na rua, não. Na rua, as pessoas se sentem à vontade para pensar se aquilo é ou não arte para elas”, reflete.

Acrescenta ainda que se voltou para este suporte (rua) justamente pela democracia de ser criticado, ou não, e também provocar a aproximação do pensamento crítico dos outros. Ele também ressalta que o movimento artístico contemporâneo mais falado hoje, com certeza, é a street art e todos os seus desdobramentos.’

Koubik também tem feito murais comissionados por empresas, ao ser convidado para contar a história do negócio ou destacar as características do espaço. Mas, sempre consegue um tempo para fazer uma pintura pessoal na rua. Então, ele avisa: “não se surpreenda se em algum momento eu bater palmas na frente da sua casa”.


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