Arte pública ganha evento inédito em Minas Gerais

Entre os dias 9 e 15 de outubro, a cidade de Itabira (MG), recebe a primeira edição do MAPA (Mostra de Arte Pública), festival de arte pública que visa criar um circuito de arte urbana na cidade com participação de artistas renomados como Eduardo Kobra, Zéh Palito, Mag Magrela e o italiano Millo. O objetivo é potencializar a arte e a cultura por meio de pinturas em empenas e instalações públicas, lançando novos olhares e cores sobre o patrimônio cultural de Itabira, criando uma galeria a céu aberto.

Entre as pinturas, a de Eduardo Kobra merece destaque: o artista fará uma homenagem ao itabirano mais ilustre, Carlos Drummond de Andrade. O poeta será representado em uma empena de 32 metros de altura, localizada no Hotel IT (Avenida Duque de Caxias, 1220, Centro de Itabira). Drummond foi o poeta brasileiro mais influente do século XX e o muralista Kobra já levou seu olhar para cinco continentes, criando obras de street art com dimensões tão extensas que quebraram recordes. Agora o poeta mineiro, que já foi reverenciado em estátuas, filmes, músicas e até em cédulas de dinheiro, será homenageado no maior mural já feito em sua homenagem, em Itabira, sua cidade natal.

Com o propósito de gerar conexões e intercâmbios entre os artistas de fora, os artistas locais, a população e os visitantes, o festival contará com uma programação ampla, gratuita e para públicos de todas as idades. Além das pinturas, haverá shows, oficinas, performances e outras intervenções urbanas. “Chegamos para plantar a semente da arte pública em Itabira, fomentar o surgimento de novos artistas e celebrar a criação do circuito de arte pública na cidade”, comenta Juliana Flores, curadora do festival.

O evento começa no mesmo dia do aniversário da cidade, que completa 175 anos no dia 9 de outubro. “Como um presente para a cidade, o MAPA trará grandes nomes da cena da arte pública nacional e internacional, homenageará Carlos Drummond de Andrade, prestigiará artistas locais por meio de uma convocatória e trará obras permanentes para Itabira”, completa Marco Antônio Lage, prefeito de Itabira.

Além de circular e conectar territórios e movimentos artísticos através da arte pública e contemporânea, o festival mapeia histórias, pessoas e espaços da cidade e propõe o deslocamento dos que caminham por Itabira, alterando o cotidiano das pessoas e permitindo a redescoberta do território. Por isso, além de nomes consagrados na cena da arte pública, a curadoria convidou artistas da cidade, como a grafiteira Raquel Bolinho, que criará uma escultura permanente de 3,5 metros de altura, e abriu uma convocatória exclusiva para artistas itabiranos se inscreverem.