Bizarrap, produtor e DJ argentino em ascenção na cena mundial

Bizarrap, produtor e DJ argentino em ascenção na cena mundial

O artista argentino lançará nesta quarta-feira, 31, o "BZRP Music Sessions #55", uma nova música em sua série de colaborações

Tomás VIOLA / AFP

De óculos escuros grossos, que cobrem o rosto, e o boné com viseira larga, Bizarrap, de 24 anos, é um fenômeno das músicas urbanas e o artista argentino mais ouvido do mundo

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O rosto do artista argentino mais ouvido do mundo ainda é um mistério. Bizarrap, de 24 anos, é um fenômeno das músicas urbanas e ilustra uma geração que saiu do quarto para o sucesso mundial, com mais de 7 bilhões de reproduções.

Seu sucesso foi construído por uma estratégia de marketing que ele mesmo soube gerenciar.

Bizarrap lançará nesta quarta-feira, 31, o "BZRP Music Sessions #55", uma nova música em sua série de colaborações, desta vez ao lado do cantor mexicano Peso Pluma. A parceria foi anunciada em sua conta do Instagram com um curta animado, chegando a mais de um milhão de curtidas em menos de uma hora.

Em 2022, Bizarrap, nascido com o nome de Gonzalo Julián Conde, já era o argentino mais ouvido e um produtor valorizado, como demonstram suas colaborações com o rapper espanhol Quevedo, o porto-riquenho Villano Antillano ou as argentinas Nicki Nicole e Nathy Peluso.

Entretanto, o produtor se tornou conhecido mundialmente no começo de 2023, quando sua música em parceria com a Shakira estourou. Foi Milan, filho de 10 anos da estrela colombiana, que sugeriu o DJ argentino para a faixa: "Ele me falou: você precisa fazer algo com o Bizarrap, é o Deus argentino", revelou Shakira.

O "BZRP Music Sessions #53" tem até agora mais de 1,1 bilhão de visualizações entre o Spotify e o YouTube. O lançamento entrou para o livro dos recordes como a música latina mais vista em 24 horas no YouTube, com 63 milhões de visualizações.

A revista Time acaba de nomear Bizarrap como "um dos dez líderes da próxima geração", observando que "seu sucesso meteórico, mas não convencional, sinaliza uma mudança na indústria (da música), provando que os recém-chegados não precisam seguir um caminho estabelecido para encontrar seu público".

A sala de estudo

Em sua série de colaborações, Bizarrap entrega a trilha sonora e deixa o artista convidado brilhar. "Gosto de colocar o artista antes de mim, até o nome dele aparece antes do meu", disse ele em entrevista à revista Forbes no ano passado.

A maioria de suas sessões foi gravada em sua sala de estar no bairro de Ramos Mejía, nos arredores de Buenos Aires, com o mesmo papel de parede e decoração minimalista.

"Quero que os produtores que hoje têm 15 anos saibam que dá para fazer várias músicas com cem milhões (de visualizações) do próprio quarto, sem nenhum tipo de prescrição ou que alguém te banque", disse ao portal digital Filo News, em 2021.

Aos 14 anos, Bizarrap começou a estudar música. "Ele trazia ideias muito boas e tinha sede de aprender", lembrou à AFP Juliana Scellato, que foi sua professora de piano. Ela o descreveu como "um menino inteligente, muito determinado, uma pessoa muito transparente, um menino do bairro".

Ele foi um produtor autodidata, "gostava muito de rap e música eletrônica e baixei o software para produzir. Comecei a aprender sozinho. Peguei músicas que eu gostava, extraí 'a capella' e misturei", disse o cantor para Forbes.

Explodindo a pista

Em mais de uma maneira, Bizarrap é a personificação de uma década em que muitos artistas jovens alcançaram a fama do "faça você mesmo" em seus estúdios caseiros. No caso dele, entretanto, com uma boa dose de estratégia e profissionalismo.

O argentino estudou marketing e trabalhou como "gerente de gravadora" na Warner por dois anos. Essa experiência, segundo disse ao Filo News, "foi fundamental para entender o setor", sem perder o rumo.

Os óculos escuros grossos, que cobrem o rosto, e o boné com viseira larga o permitem sair irreconhecível na rua, embora ele já tenha uma colaboração em seu nome com a Adidas.

Ele fez suas primeiras apresentações no final de abril, em Buenos Aires - para 60.000 espectadores, em um palco grandioso com 3.000 metros quadrados de telas e som profissional.

Sua colaboração com Peso Pluma vem após uma ascensão meteórica do mexicano, que em março foi o artista mais ouvido no Spotify em seu país.


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