Arte & Agenda

Brasil vence nos Prêmios Platino 2025

Entre os troféus, o filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, saiu com os de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz para Fernanda Torres

O produtor Rodrigo Teixeira e a atriz Valentina Herszage com os troféus do filme 'Ainda Estou Aqui' no Prêmio Platino
O produtor Rodrigo Teixeira e a atriz Valentina Herszage com os troféus do filme 'Ainda Estou Aqui' no Prêmio Platino Foto : Marcos Santuario / Especial / CP

Madri foi palco, na noite deste domingo, da Noite de Gala da 12ª edição dos Prêmios Platino do Cinema Ibero-americano, celebrados no imponente Palácio Municipal IFEMA, na capital espanhola. Por primeira vez, em 12 edições, o Brasil esteve representado nos Prêmios Platino com um número de indicações que faz jus à atual produção do audiovisual brasileiro.

Das 11 indicações recebidas, o Brasil saiu do evento com o prêmio de Melhor Filme, Melhor Direção em Longa Metragem para Walter Salles, por “Ainda Estou Aqui”.

Em carta lida pelo produtor Rodrigo Teixeira, Walter Salles, que não compareceu ao evento, dedicou o prêmio para a memória do cineasta brasileiro Cacá Diegues. Quando subiu ao palco para agradecer o prêmio de Melhor Filme, Teixeira também pediu união para produzir mais na ibero-america.

Fernanda Torres venceu como Melhor Atriz por sua atuação no filme de Walter Salles. Quem recebeu o troféu por Fernanda foi Valentina Herszage, atriz também presente na produção. Valentina leu carta enviada por Fernanda.

“Gostaria de estar presente, mas compromissos profissionais me impedem. Sou fruto da cultura ibero-americana e a península ibérica é minha segunda casa”, agradeceu, e finalizou: “Ditadura nunca mais!”

Além destes, o país também se destacou ao receber o Prêmio Platino de Melhor Criador de Série, por “Senna”. A honraria alcança os autores brasileiros Vicente Amorim, Luís Bolognesi e Fernando Coimbra, responsáveis pela produção, disponível na Netflix.

Antes da cerimônia, no tapete vermelho, categorizado pelo produtor Rodrigo Teixeira como “melhor organizada e mais ampla do que a do Oscar”, os brasileiros festejavam já a participação na premiação.

Concorriam também nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante em Série, mas os troféus destas categorias também foram para os protagonistas da mexicana “Cem Anos de Solidão”, intensos e elogiados em seus papéis. Também não fica no Brasil o Platino de Melhor Série, recebido pela mexicana “Cem Anos de Solidão”.

A presidente da Academia Brasileira de Cinema, Renata Magalhães, foi uma das apresentadoras do Prêmio Platino ao Cinema e Educação de Valores. O vencedor foi “Memórias de Un Cuerpo que Arde”, coprodução entre Costa Rica e Espanha e que foi, também, a representante da Costa Rica no Oscar.

A vencedora como Melhor Comédia Iberoamericana de Ficção foi a espanhola “Buscando a Coque”, de César Calvino e Teresa Bellón. O troféu de Melhor Direção de Arte foi para o filme mexicano “Pedro Páramo”. Como Melhor Montagem, o vencedor foi o trabalho realizado na produção espanhola “A Infiltrada”, que também levou troféu de Melhor Roteiro.

Clara Segura, que não estava presente na cerimônia por estar atuando no teatro, foi considerada a Melhor Atriz Coadjuvante, por sua atuação no filme espanhol “El 47”.
No campo das atuações, a atriz Carmem Maura foi considerada Melhor Coadjuvante em Série, por seu trabalho na série “Tierra de Mujeres”; e Jairo Camargo, como Coadjuvante em “Cem Anos de Solidão”.

Animação foi grande destaque nesta edição

A categoria de animação teve também grande destaque na edição de 2025, com 15 produções de sete países disputando o prêmio máximo. A brasileira “Arca de Noé” chamou atenção pela qualidade técnica e pela sensibilidade narrativa, dividindo espaço com obras aclamadas da Argentina, Espanha e México, num sinal claro de que a animação ibero-americana vive um momento de efervescência criativa. Mais o prêmio ficou com a coprodução entre Espanha e Panamá “Mariposas Negras”.
O prêmio de Melhor Ópera Prima em Ficção foi entregue para “El Ladron de Perros”, uma coprodução com Chile, Mexico e Equador que demorou oito anos para série realizada. A vitória marca a primeira vez que um filme boliviano ganha na categoria. “El Eco”, do Mexico, foi escolhido do júri com o melhor documentário, sendo o primeiro daquele país a vencer na categoria. Como Melhor Música Original, Alberto Iglesias venceu por seu trabalho sonoro em “O Quarto ao Lado”, que também ganhou prêmio de Melhor Fotografia. Melhor Direção de Som ficou com os responsáveis técnicos do filme “Segundo Prêmio”

Eva Longoria recebeu homenagem especial

Além das premiações, a noite dos Prêmios Platino teve ainda uma homenagem especial á atriz Eva Longoria, com a presença do presidente dos Platino, Enrique Cerezo. Na tela, surgiram amigos da atriz como Melanie Griffith e Jessica Alba, com a presença surpresa de Sofia Vergara no palco. Aplaudida de pé, Eva emocionou-se e agradeceu a homenagem e disse estar feliz sempre que vem à Espanha. “Minha alma é mexicana”, resumiu. Desde que começou em Hollywood em 1998, diz ter tido a honra de representar às mulheres hispânicas.

A consolidação dos Prêmios Platino

Mais do que uma cerimônia de premiação, os Prêmios Platino se consolidaram como um importante ponto de encontro e integração cultural. A presença de representantes de toda a Ibero-América fortalece os laços entre os profissionais do setor, fomenta colaborações transnacionais e alimenta a construção de uma identidade audiovisual própria, plural e cada vez mais conectada ao mundo.
A atmosfera era de festa e integração: artistas, produtores, diretores e roteiristas de 23 países compartilharam o mesmo tapete vermelho, trocando experiências e celebrando conquistas. Ainda no início de tarde, o público se aglomera a nos e gradas de local de evento para tentar contato com alguma a das estrelas de audiovisual ibero-americano que movimentariam a noite de premiação e celebração.
O evento reuniu representantes da indústria audiovisual ibero-americana em uma noite de celebração, emoção e reconhecimento, reafirmando o papel central que essas produções vêm desempenhando no cenário cultural global.
A noite de premiação teve momentos musicais, alguns números cômicos e a tentativa dos apresentadores de criar cumplicidade e engajamento imediato da plateia.
A visibilidade proporcionada por eventos como este é fundamental para o crescimento da indústria audiovisual da região. Ao reconhecer e exaltar suas produções e seus profissionais, os Prêmios Platino contribuem para que as histórias ibero-americanas — marcadas por profundas raízes culturais e olhares singulares — ocupem o espaço que merecem no cenário global, encantando plateias e projetando novos talentos.

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