Campanha #MeToo chega à Semana de Moda de Nova York com desfile-denúncia
Modelos contaram suas histórias após o evento
publicidade
Tratou-se mais de um evento abertamente político organizado pela advogada e empresária Myriam Chalek, que se tornou conhecida organizando apresentações com pessoas marginalizadas. Se marcas como Tom Ford também apoiaram nesta semana o empoderamento feminino, Myriam afirmou que este foi o objetivo primordial de seu espetáculo.
"Sinto que cada mulher tem algum tipo de responsabilidade de fazer algo e contribuir para a mudança", disse à AFP. "Se você está dizendo que é hora de mudança, ou que o tempo acabou, então faça algo a respeito." As roupas não foram as estrelas do espetáculo, embora a advogada, 30, tenha afirmado que a combinação de pele e couro de um lado, e tule e seda de outro, mostrava tanto força quanto feminilidade. "A diferença neste espetáculo de moda é que um dos critérios para escolher as modelos é que elas tivessem sido vítimas de condutas sexuais impróprias", explicou.
Máscara de porco
Depois de desfilarem para cerca de 200 convidados, as oito modelos tomaram o microfone junto a um homem vestido de preto e usando uma máscara de porco. Em poucos minutos, contaram suas histórias, a maioria ocorrida anos antes, de como um amigo da família, um namorado ou outro homem as assediou, agrediu ou estuprou.
"Estar aqui e falar sobre isto é muito importante... realmente lamento dizer 'eu também', mas estou muito feliz por, finalmente, fazermos algo a respeito", acrescentou, provocando aplausos. Após os relatos trágicos das modelos, Myriam considerou ter alcançado seu objetivo. Antes do desfile, havia afirmado: "Se conseguirmos sair do silêncio (...) não será apenas uma mulher, já será uma vitória".