“Carmen” é atração hoje na Trilogia Contra a Violência

“Carmen” é atração hoje na Trilogia Contra a Violência

Espetáculo dirigido por Nelson Baskerville tem apresentação gratuita às 19h, pelo Youtube


Correio do Povo

Carmen, personagem carregada de personalidade e de uma trágica história, nesta versão é também narradora

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Idealizada pela atriz Natalia Gonsales, a Trilogia Contra a Violência traz espetáculos que abordam aspectos de violência e opressão social contra a mulher em épocas e contextos distintos, que já fizeram bem-sucedidas temporadas presenciais e agora ganham versões online. Hoje, às 19h, a atração é “Carmen”, baseada na obra de Prosper Mérimée, escrita 1845, na qual Georges Bizet se inspirou para a criação da Ópera Carmen. Até a próxima quinta-feira, será possível conferir “A Última Dança” e “Fóssil”, pelo Youtube da Aliança Francesa.  

Em junho de 2017 o espetáculo escrito por Luiz Farina estreou na cidade de São Paulo, no Teatro Aliança Francesa. A história é contada por três atores: Natalia Gonsales, Flávio Tolezani e Vitor Vieira, com direção de Nelson Baskerville. Admiração, pulsão, curiosidade, interesse pela cultura cigana e pela personagem Carmen, carregada de personalidade e de uma trágica história foram fundamentais para essa iniciativa. Uma dramaturgia clássica merece ser conhecida, visitada, discutida e revisitada, pois, quando é vivenciada de fato, mais se revela inesperada e inédita. Um clássico é uma história que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer e que, por isso, atravessa o tempo e atualiza questões verdadeiramente fundamentais à existência. E assim, a partir da obra de Mérimée, Luiz Farina com o objetivo de dar voz à Mulher, apresenta Carmen também como narradora da sua tragédia.

“Uma história contada e recontada nas mais variadas formas e gêneros, surgiu como novela em 1845 e já foi filme, ópera e novela nas mãos de grandes mestres. Um clássico. A pergunta recorrente que todos se fazem ao remontar a peça é: por que fazê-la? Para mim, porque pessoas continuam morrendo por isso e precisamos recontar a história até que não sobre nenhuma gota de dor. Na atual encenação elementos clássicos como a dança flamenca, os costumes ciganos, a tauromaquia, entre outros, são re-significados ao som de guitarras distorcidas, microfones e coreografias, para que não reste dúvida de que estamos repetindo histórias tristes de amor, de paixões destruidoras. O ponto de vista que nos interessa é o de Carmen, a mulher assassinada, dentro de uma sociedade que pouco mudou de comportamento ao longo dos séculos, que aceitou brandamente crimes famosos cometidos contra mulheres como os de Doca Street, Lindomar Castilho e mais recentemente de Bruno, o goleiro, crimes muitas vezes justificados pela população pelo comportamento lascivo das vítimas, como se isso não fosse aceito em situações invertidas relativas ao comportamento masculino. Nessa encenação, Carmen morre não porque seu comportamento justifique qualquer tipo de punição, mas porque José é um homem, como tanto outros, doente como a sociedade que o criou.”  Comenta o diretor Nelson Baskerville.
 


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