Companhia de Ópera do RS estreia montagem formada por 30 mulheres

Companhia de Ópera do RS estreia montagem formada por 30 mulheres

"Suor Angelica", de Giacomo Puccini, ganha apresentações dias 11 e 12 de março no Theatro São Pedro

Correio do Povo

Companhia de Ópera do RS estreia montagem formada só por mulheres

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Nos dias 11 e 12 de março, a Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (CORS) abre sua temporada com "Suor Angelica", ópera em um ato do compositor italiano Giacomo Puccini (1858–1924). As apresentações serão realizadas no Theatro São Pedro, no sábado, às 20h, e no domingo, às 18h. 

Com direção musical da pianista e soprano Eiko Senda, uma das co-fundadoras da CORS, e direção cênica de Camila Bauer, a montagem conta com 30 mulheres que protagonizam a produção dentro e fora do palco. No elenco estão Rosimari Oliveira e Yasmini Vargaz (Suor Angelica), Angela Diel e Cristine Bello Guse (La Zia Principessa), Carol Braga (La Suora Zelatrice), Camila Umpiérrez (La Maestra delle Novizie), Elisa Lopes (Suor Genovieffa), Dêizi Nascimento e Kauanny Klein (La Suora Infermiera), Gabriela Nunes (Le Cercatrice), Júlia Bennemann (La Badessa), Fiama Devitte (Suor Osmina), Eliana Pires (Le Novizie), Cecilia Salatti, nome artístico de Eduarda Peixoto (Suor Dolcina e Suora Scherzosa) e Gaia Schenini (Le Converse).

Todas as cantoras, exceto Suor Angelica, integram o coro presente na ópera, cantada em italiano com transcrição de legendas em português durante toda a apresentação.

“Pela primeira vez, o Rio Grande do Sul tem uma companhia de ópera formada por artistas, que decidem criar um espaço de arte, mercado e trabalho em um terreno ainda masculino. Um projeto que descentraliza o poder, trazendo a mulher ao protagonismo em uma estrutura de produção e de criação. Suor Angelica estreia em um momento muito forte de empoderamento da mulher, com uma ficha técnica formada por mulheres”, destaca Camila.

"Suor Angelica", ou Irmã Angélica, em português, pertence, junto com Il Tabarro e Gianni Schicchi, ao Il Trittico, três breves obras da última fase da vida do compositor. O tríptico teve sua estreia em 14 de dezembro de 1918, no Metropolitan Opera House, de Nova York.

A ópera, que se passa na Toscana no século 17, conta a tragédia de Angelica que, após ter um filho fora do casamento, foi abandonada pela família em um convento para expiar a culpa de ter conspurcado a honra da família. Quando fica sabendo da morte de seu filho, que lhe fora retirado logo após o nascimento e de quem nunca mais tivera notícia, toma veneno para dar fim à vida. O drama atinge o clímax na agonia antes da morte, no arrependimento e na culpa de seu pecado.

“A montagem de uma fábula escrita no século 17 tem uma mistura de simbolismo e contemporaneidade – lirismo, humor em vários momentos e dramaticidade –, mostra o quanto o enclausuramento e a tentativa de culpabilizar a mulher permeia séculos e ainda é tão atual”, diz Camila Bauer.

Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul

Primeira cooperativa de artistas criada para liderar e fomentar ações de promoção e difusão da cultura operística no Estado, a Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul lançou-se ao público, de forma independente, em maio de 2022, com a promessa de integrar profissionais da cadeia, abrir espaço para novos talentos e ampliar o acesso do público a essa poderosa e completa forma de arte. 


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