Coproduzido pelo Brasil, "Las herederas" vai disputar o Urso de Ouro na Berlinale
Paraguai, Alemanha, Uruguai, Noruega e França também participam do filme
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A coprodução da qual o Brasil participa fará sua estreia mundial na Berlinale - como o evento é popularmente conhecido -, que ocorre entre 15 e 25 de fevereiro. O longa é ambientado em Assunção, em 2013, e narra a história de Chela e Martina, duas mulheres de boa posição social que vivem juntas há mais de 30 anos e desfrutam das heranças que receberam de suas famílias. Contudo, ao chegarem aos 60 anos, elas percebem que o dinheiro que deveria durar até o fim de suas vidas já não é mais suficiente para cobrir seus gastos. Com o passar do tempo e a difícil situação econômica, a relação entre elas se desgasta e se torna uma sucessão de longos silêncios.
Tudo fica mais complicado quando Martina enfrenta acusações por dívidas não pagas e tem que ir para a prisão. Chela sente-se desesperada para ajudar a garantir a libertação da amiga e então organiza vendas de garagem e cria uma espécie de serviço de táxi para mulheres mais velhas. É assim que ela conhece Mara, de 50 anos, filha de uma de suas clientes, a quem se conecta instantaneamente. As novas experiências que afetam a vida de Chela vão mudar sua perspectiva de um mundo que ela nunca antes se permitiu descobrir.
Ainda na fase de produção, a obra venceu em 2015 o Torino Film Lab, um encontro que premia com dinheiro os melhores projetos cinematográficos independentes, e recebeu verba do World Cinema Fund. Também foi selecionado pelo programa Résidence do Festival de Cannes, que oferece residência a doze cineastas estrangeiros que realizam seu primeiro ou segundo filme, na qual eles recebem apoio na redação do roteiro e participam de reuniões com profissionais do cinema. Conforme o diretor, "Las Herederas" partiu da necessidade de olhar para o entorno imediato e fazer filmes com situações e personagens íntimos que o ajudassem a recuperar algumas certezas.
Contudo, como todo processo criativo, foi aberto a outros mundos, ocupando outros lugares, ao longo da redação do script, que durou de dois anos. Além da protagonista, há outras mulheres na história. São personagens que, independentemente de quanto dinheiro têm, possuem maneiras de viver e se comportar. Ele garante que não é um filme que aborda diretamente o político, mas esta questão marca presença e é importante porque os personagens carregam marcas da história paraguaia.
Outro destaque da lista divulgada nesta segunda é o norte-americano "Damsel", de David e Nathan Zellner. O longa com Robert Pattinson e Mia Wasikowska conta a história de um homem de negócios que viaja para o oeste para se juntar a sua noiva nas montanhas. Duas obras alemãs reforçam o time do país anfitrião: "3 Tage in Quiberon" ("Três dias em Quiberon"), de Emily Atef, e "Transit" ("Trânsito"), de Christian Petzold.
Confira os novos anunciados pela Berlinale
"3 Tage in Quiberon" ("Três dias em Quiberon")
Alemanha, Áustria e França
Direção: Emily Atef
"Damsel"
Estados Unidos
Direção: David Zellner e Nathan Zellner
"Las herederas" ("As Herdeiras")
Brasil, Paraguai, Alemanha, Uruguai, Noruega e França
Direção: Marcelo Martinessi
"Khook" ("Porco")
Irã
Direção: Mani Haghighi
"La prière" ("A Oração")
França
Direção: Cédric Kahn
"Toppen av ingenting" ("O Topo de Nada")
Suécia e Reino Unido
Direção: Måns Månsson
"Touch Me Not" ("Não me toque)
Romênia, Alemanha, República Tcheca, Bulgária e França
Direção: Adina Pintilie
"Transit" ("Trânsito")
Alemanha e França
Direção: Christian Petzold
"Eldorado"
Suíça e Alemanha
Direção: Markus Imhoof - Fora da disputa
"Black 47"
Irlanda e Luxemburgo
Direção: Lance Daly - Fora da disputa
