Debora Lamm dirige “Partida “ com Inez Viana e Denise Stutz

Debora Lamm dirige “Partida “ com Inez Viana e Denise Stutz

Espetáculo é inspirado numa carta real escrita por uma mulher, rompendo o relacionamento com o seu amante

Inez Viana assina a dramaturgia e Denise Stutz, a idealização do espetáculo, com sessões gratuitas às 19h, neste final de semana, no youtube.com/portalsescrio

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O ano era 1999. Uma mulher de 74 anos foi ao teatro assistir ao espetáculo “Partido”, adaptação do Grupo Galpão para o romance “O Visconde Partido ao Meio”, do italiano Italo Calvino. Durante a apresentação, ela tem uma epifania e decide escrever uma carta para o seu amante, um homem 30 anos mais jovem, terminando o relacionamento. A carta nunca foi enviada e ficou guardada por 20 anos, até que sua filha a encontrou em um caixa junto com outras lembranças da mãe. Essa carta real inspirou as atrizes Denise Stutz e Inez Viana a criarem “Partida”, com direção de Debora Lamm. Numa  realização do Sesc RJ, a peça on-line pode ser conferida gratuitamente no  canal da instituição no YouTube (youtube.com/portalsescrio), neste final de semana, às 19h. A montagem integra o projeto Temporadas de Artes Cênicas do Sesc RJ.

Com idealização de Denise Stutz, a peça tem dramaturgia de Inez Viana. Juntas em cena, as amigas e parceiras de muitos projetos teatrais vivem artistas que vão criar uma peça, inspiradas pela tal carta nunca enviada. Elas estão na plateia de um teatro conversando sobre a montagem que almejam realizar. Na carta, a mulher escreve sobre seu relacionamento, angústias e desejos, entrelaçando a sua vida com os temas da obra de Italo Calvino, em uma mistura de realidade e dramaturgia, entre a sua vida com o amante e a vida do personagem do Visconde. 

“Apesar de ser uma carta de amor, também fala de morte e incompletude. É muito poética”, diz Inez, que construiu a dramaturgia a partir da carta, de referências culturais do final dos anos 1990 e da história do Visconde dividido ao meio por uma bala de canhão, criado por Calvino. A obra é uma alegoria sobre as dualidades do humano, com suas pulsões de vida e de morte. Sentimentos que foram despertados na mulher e provocaram o rompimento com o amado. “A peça levanta uma série de questões sobre essa mulher. Por que ela nunca enviou a carta? Em qual momento do espetáculo do Galpão ela decide terminar o seu relacionamento?”, questiona Denise. Filmada no Espaço Cultural Sergio Porto, no Rio de Janeiro, a montagem carrega uma metalinguagem acentuada, e opção por filmar a peça numa plateia de teatro com a câmera parada, sem cortes, faz alusão às inúmeras lives que surgiram no último ano por conta da pandemia. 

 


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