Diplomata brasileira lança o livro O passeio de Dendiara

Diplomata brasileira lança o livro O passeio de Dendiara

Obra trata da comovente e intensa realidade da menina Dendiara, ou Dendy, como batizaram os que a encontraram na extensa região fronteiriça do Brasil com a Guiana Francesa

Correio do Povo

O passeio de Dendiara será lançado, no dia 26 de outubro, em Porto Alegre, na Livraria Santos, na Dinarte Ribeiro, 148 loja 6

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Mais que um olhar sobre a Amazônia, que extrapola ao desmatamento, está na narrativa desta história real, escrita pela diplomata Ana Lélia Benincá Beltrame, no período em que foi cônsul-geral do Brasil em Caiena. A comovente e intensa realidade da menina Dendiara, ou Dendy, como batizaram os que a encontraram na extensa região fronteiriça do Brasil com a Guiana Francesa. A desventura da menina, vinda das entranhas da Amazônia, está no livro O passeio de Dendiara, que será lançado, no dia 26 de outubro, em Porto Alegre, na Livraria Santos, na Dinarte Ribeiro, 148 loja 6.

O passeio de Dendiara será lançado também na Feira de Frankfurt, avançando novas fronteiras. No ano passado, a história de Dendy foi lançada em Portugal.

A menina desafortunada, que veio da mais áspera miséria, carrega em seu percurso um símbolo da controversa ocupação da Amazônia. A personagem é ficcional mas reúne, conforme a autora, recortes da realidade vivenciada de perto por ela, em 2009. Da sua narrativa, emergem garimpos ilegais de ouro, que desnundam e quebram o solo da região amazônica, injetando-lhe mercúrio e ambição. O enredo se torna intenso em meio a personagens ribeirinhos, a animais selvagens e a presença ainda exuberante da mítica floresta.

O Passeio de Dendiara prende o leitor porque é um livro instigante, capaz de surpreender. Mergulha em um ambiente desconhecido pela maioria dos brasileiros, que costumam enxergar a Amazônia como um cenário exótico e remoto. Ana Beltrame mostra essa região complexa, aproximando-a de todos nós, com o olhar sensível e agudo da diplomata que vai muito além dos círculos fechados do poder.

Tudo é muito trágico em torno da menina Dendiara, desde sua família desestruturada até o desfecho precoce, numa linha do tempo que mostra as marcas do abandono. O texto percorre esse registro dramático com delicadeza, patenteando a realidade aviltante, capaz de envergonhar os que representam o País no exterior. O leitor, lentamente, é levado a penetrar nessa teia.

Violência e degradação estão na história que comporta outras facetas da vida da Amazônia. Há também episódios bem-humorados, que revelam a diversidade cultural da região. Os índios habitam vários trechos do livro com vestígios de sabedoria. Na companhia de Dendy, a menina brasileira de traços indígenas, somos levados a conhecer rios, árvores, comidas típicas e expressões características do universo amazônico.

A autora

Gaúcha de Santa Maria, Ana Lélia Benincá Beltrame ingressou no Itamaraty em 1978, depois de cursar direito na Universidade Federal de Santa Maria, em 1975. Trabalhou na Embaixada de Nairóbi, no Quênia, por três anos. Depois serviu, sucessivamente, nas embaixadas em Paris e Atenas e nos consulados-gerais de Montevidéu, Caiena, Toronto e Riveira, onde vive hoje. Galgou todos os degraus da carreira de diplomata e foi promovida a embaixadora em 2011.

Em 2009, enquanto cônsul-geral em Caiena, ganhou o prêmio Samuel Benchimol de Empreendedorismo Consciente, do Banco da Amazônia, com o trabalho “Observatório para o Empreendedorismo Sustentável e Integração Espontânea entre o Brasil e a Guiana Francesa na região do Oiapoque”.


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