Do crepúsculo ao olhar

Do crepúsculo ao olhar

Entre as diversas adaptações que ganham as telas do audiovisual, destaque para duas obras que serviram de base para produções elogiadas e desejadas por fãs dos gêneros

Marcos Santuário

Sandra Bullock no filme Bird Box

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A eterna discussão sobre o que é melhor, um livro ou sua versão em filme, continua dividindo opiniões. Os amantes dos livros juram que não há dúvidas. Os outros dizem o mesmo. Em meio às polêmicas sadias, o que se dá, mesmo, é o consumo crescente das narrativas que nasceram das imagens de seus autores, passaram para o texto em livros e foram transformadas novamente em imagens, pelo olhar de diretores.

Dentro deste universo, já está nas livrarias o conjunto de imagens feito livro em “Sol da meia-noite”, a aguardada nova obra que dá continuidade à franquia “Crepúsculo”. Foi a imaginação de Stephenie Meyer que deu origem à saga e a viu tornar-se um dos maiores fenômenos editoriais dos últimos tempos. “Crepúsculo” narra a icônica história de amor de Bella Swan, uma garota tímida, e Edward Cullen, um rapaz misterioso que esconde um segredo: é um vampiro. 

Até agora, os leitores conheceram essa trama pelos olhos de Bella, que se apaixona pelo vampiro. Aguardado há mais de uma década, “Sol da meia-noite” narra o nascimento desse amor pelo olhar de Edward, mergulhando em um universo novo, sombrio e surpreendente. Na obra, Meyer faz um retorno triunfal ao universo de “Crepúsculo”, nos transporta mais uma vez para a cidadezinha de Forks e leva os leitores a revisitar cada detalhe dessa história que vai além do romance dos jovens. Não é a toa que conquistou milhões de fãs em todo o mundo. Trata de um momento fundamental, vivido por jovens do mundo todo, nas mais diferentes épocas. A autora tem formação em literatura inglesa na Brigham Young University. Estreou no ofício com “Crepúsculo”, e a saga se tornou um best-seller internacional, vendendo mais de 160 milhões de exemplares. Com a enorme repercussão, Meyer foi considerada pela revista Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Além de “Crepúsculo”, “Lua Nova”, “Eclipse” e “Amanhecer”, a autora também publicou pela Intrínseca “A Hospedeira” e “A Química”.

PROTAGONISMO

Destaque, com mais de 220 mil livros vendidos no Brasil, vale também conhecer a obra de Josh Malerman, do best-seller que deu origem ao filme “Bird Box”, da Netflix. Com Sandra Bullock no papel de Malorie, a trama surgiu repleta de suspense e terror psicológico, originada do livro “Caixa de Pássaros”. Mallerman assina ainda “Inspeção”, “Piano Vermelho” e “Uma Casa no Fundo de um Lago”. Também é cantor e compositor da banda “The High Strung”, vivendo seus dias de arte e imaginação no estado de Michigan, nos EUA, onde mora com sua noiva, inspirando-se com trilhas sonoras de filmes de terror como para criar suas obras. Seu mais novo trabalho tem chamado a atenção do mundo. A inspiração o levou a criar a continuação da narrativa iniciada em “Caixa de Pássaros” e já está plasmada em “Malorie”, disponível nas livrarias também pela Editora Intrínseca. 

Em ‘Malorie’, o autor Josh Malerman dá continuidade à história da personagem que enfrenta ameaças assustadoras em um mundo pós-apocalíptico e que virou filme de sucesso na Netflix. Foto: Divulgação/CP

No primeiro livro, a trama é autoexplicativa. Nela, quatro anos depois de muitas mortes terem começado, há poucos sobreviventes em Michigan. Malorie e seus dois filhos pequenos estão entre eles. O trio faz parte do grupo que tenta resistir em um mundo no qual abrir os olhos pode ser fatal. Vivendo em uma casa abandonada, Malorie e os filhos não sabem o que se passa do lado de fora. Sempre com as janelas e portas cobertas e sem comunicação com o exterior, o local é uma área isolada no meio do caos. Após quatro anos trancados, fogem da casa em um barco a remo na esperança de encontrar um lugar distante do surto que teria matado todos ao seu redor. De olhos tapados, os três encaram uma viagem assustadora rumo ao desconhecido. Com uma trama cheia de suspense e terror psicológico, “Caixa de Pássaros” explora a essência do medo em um mundo pós-apocalíptico. E é este medo que vai acompanhar os leitores de “Malorie”, depois de 12 anos passados desde que a protagonista e os filhos atravessaram o rio com vendas no rosto. 

O tempo passou mas a regra de tapar os olhos ainda não pode deixar de ser seguida. Já é sabido por eles e pelos leitores da obra inicial que apenas um vislumbre das criaturas pode levar pessoas comuns a uma violência indescritível. Muitas coisas aconteceram mas ainda não há explicação para a essência de terror da trama. Não há solução e o que Malorie pode fazer é tentar sobreviver, transmitindo aos filhos o que é sua determinação: não se descuidar, ficar vendados e não abrir os olhos. A trama dá uma reviravolta, quando eles tomam conhecimento de uma notícia que parecia impossível e Malorie se permite ter esperança pela primeira vez desde o início do surto. Acaba encontrando sobreviventes, entre os quais alguns que afirmam ter capturado as criaturas que assombram o lugar e feito experimentos com elas. A partir disso, Malorie precisa decidir entre continuar vivendo de acordo com as regras de sobrevivência ou se aventurar na escuridão e buscar a esperança mais uma vez. “Malorie”, o livro, que também deve ganhar as telas, ganha potência com o surgimento das invenções monstruosas, das ideias extremamente perigosas. Além disso, os rumores que ganham força nas páginas do novo livro de Malerman apontam que as próprias criaturas geradoras do terror se transformaram em algo ainda mais assustador. Decisão frente ao inusitado. Um desafio humano e de fácil empatia.


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