Documentário expõe a conexão de Chico Buarque com São Paulo
"Chico - Um Artista Brasileiro" já está nas salas de cinema da Capital
publicidade
Ela culmina agora no documentário "Chico - Um Artista Brasileiro". Miguel documenta o artista que tem fama de ser reservado. Deve ser por conta da proximidade, que produziu confiança. Chico diz coisas tão íntimas que você fica pensando. Como ele conseguiu? Ele, Miguel.
Chico fala da ex-mulher, Marieta Severo, de quem está separado há 16 anos. Diz que teve vários amores depois, mas as outras passam. Marieta foi a companheira em momentos decisivos, a mãe de suas filhas, a interlocutora. É o de que ele mais sente falta.
Marieta era a primeira ouvinte das músicas, a primeira leitora dos textos. E Chico tinha absoluta confiança nela, no seu gosto, na sua sensibilidade. Havia o risco de que "Chico - Um Artista Brasileiro" fosse chapa branca. Miguel Faria Jr. foge a essa armadilha, até porque o próprio Chico se recusa a ser objeto de uma hagiografia. "Eu diria que é antes a humanização do mito", define o diretor.
Chico, o filme, estreou nesta quinta, 26, em salas de todo o Brasil. Há quase 40 anos, em 1977, Miguel Faria Jr. contactou o amigo Chico para que ele fizesse a trilha de "Na Ponta da Faca". A parceria não se concretizou, mas dois anos depois Chico compôs duas canções para a trilha de "República dos Assassinos", que Miguel adaptou do livro de Aguinaldo Silva, ficcionalizando a ligação de setores da repressão do regime militar com o Esquadrão da Morte.
Miguel Faria Jr. que já foi diretor maldito, lotou os cinemas com a ficção "O Xangô de Baker Street" e o documentário "Vinicius", sobre Vinicius de Moraes. Ele reflete - o documentário sobre Chico é um desdobramento do outro, sobre Vinicius. A surpresa talvez seja a forte conexão paulista na vida e obra de Chico Buarque. Chico, o artista brasileiro, é também Chico paulista.
Assista ao trailer: