Escola aposta em novo método para guiar jovens no mercado de trabalho

Escola aposta em novo método para guiar jovens no mercado de trabalho

New Me abre as portas em Porto Alegre em julho com foco na geração Y

Marta Karrer

Ana Carolina, Leonel Zilli e Tiago Febel criram uma nova metodologia para a New Me

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Se você nunca se perguntou “Será que escolhi o curso certo?” ou “Com essa idade, não deveria estar ganhando mais?”, com certeza conhece alguém que já teve estas dúvidas. Este tipo particular de ansiedade relacionado à vida profissional já se tornou algo rotineiro para a geração Y, que engloba as pessoas entre 20 e 35 anos.

Foi partindo daí que os sócios Ana Carolina Gismonti, Tiago Febel e Leonel Zilli chegaram na ideia para a New Me, escola que começa a oferecer aulas em julho e que foi criada focando principalmente no desenvolvimento pessoal e de carreira. Basicamente, o objetivo é dar um norte para jovens em conflito com a sua situação profissional, olhando a questão como um todo e abordando desde propósitos de vida até a relação com o trabalho. “As pessoas se deram conta que não precisam ficar pra sempre no mesmo emprego, na mesma carreira, e é isso a maior causa dessa falta de paciência”, explica Tiago, que tem formação em Resiliência Psicológica e Desbloqueio da Imunidade à Mudança pela Universidade de Harvard.

Ao todo, a New Me vai oferecer 14 módulos diferentes para auxiliar em áreas específicas. Assim, os alunos podem investir nos cursos que julgarem mais necessários. Não é obrigatório seguir uma ordem específica e nenhum dos workshops tem outro como pré-requisito. 

A primeira metade do programa desenvolvido pela escola trata mais do lado pessoal: as características de cada um, os talentos, habilidades, valores, propósitos, interesses e a própria experiência de vida. Já na segunda parte, o olhar é voltado para o mercado e o mundo lá fora: aí é a hora de pensar em oportunidades de carreira, estratégias, recursos a serem explorados e nos possíveis caminhos a serem escolhidos. E se você é do tipo que se sente pressionado diante de muitas possibilidades, em breve, será possível fazer um teste personalizado no site da escola, que vai revelar quais módulos são mais indicados para cada futuro aluno.

Para abrir os trabalhos, a New Me vai promover uma rodada de palestras para discutir o futuro das carreiras, o poder do autoconhecimento, empreendedorismo e as expectativas do mercado. Tudo isso na primeira edição do “Career Talks”, que acontece já nesta segunda, na Nevermore (Alameda Major Francisco Barcelos, 127), às 19h. Os ingressos custam R$ 50 e estão disponíveis online.

Coaching em conjunto

Toda a metodologia da escola foi pensada para se adaptar na rotina das pessoas da geração Y, de forma que a divisão dos assuntos em workshops e a maneira de abordar cada questão fazem parte disso. Não é à toa que esse é o público-alvo da New Me: afinal, essa incerteza em relação à carreira é muito comum entre os jovens de 20 a 35 anos hoje em dia.

Serviços personalizados de coaching também são bastante procurados por quem está em conflito na vida profissional, mas por funcionarem com atendimentos individuais, muitas vezes podem acabar sendo caros. Além da questão financeira, o método da New Me se destaca pela experiência em grupo, um "coaching em conjunto", que pode dar uma ajuda extra ao mostrar que existem pessoas diferentes em situações parecidas. O grande momento exclusivo da escola é o workshop final do programa, que representa um atendimento pessoal, onde é elaborado um plano de carreira junto com o aluno.

Uma geração que quer tudo

Para Ana Carolina, consultora em gestão de marca pessoal e desenvolvimento de carreira, essa ansiedade da geração Y vem da forma como a própria geração foi criada. “Esses jovens são filhos de uma geração que trabalhou muito e dedicou pouco tempo para a família”. A psicóloga acrescenta que estes jovens acreditam que podem ser excelentes em tudo, e por isso se chocam quando entram no mercado de trabalho: “Não é só fazendo uma faculdade e colocando um blazer que eu consigo virar presidente da empresa e ganhar um salário alto. Hoje em dia, é preciso muito mais para se destacar”, argumenta.

Para a maioria das pessoas da geração Y, a definição de um bom emprego é diferente da dos pais. Isso não quer dizer que um cargo de destaque e um bom salário deixaram de ser importantes - só não são mais suficientes. Viajar, construir uma família, sair com os amigos e tirar férias também passaram a ser prioridades, em comparação à geração anterior. “É uma geração que não está mais disposta a abrir mão de tudo em nome da carreira. Mas é uma geração que quer tudo. Isso gera o conflito”, resume Ana Carolina.

A consultora acredita que antes de buscar uma carreira partindo do ponto de vista do mercado, é preciso refletir e olhar para si mesmo. Perguntas como “Por que eu acordo todos os dias?”, “O que eu quero deixar como legado na minha vida?” podem parecer intimidadoras, mas, para ela, fazem parte do conceito chave do desenvolvimento pessoal e de carreira: autoconhecimento. “Uma vez que eu sei quem eu sou e o que eu quero para mim, tudo fica mais fácil”, conclui.

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