Espetáculo questiona o que fazer quando a Terra chegar ao seu limite

Espetáculo questiona o que fazer quando a Terra chegar ao seu limite

“Castor y Pólux – uma Constelação” estreia hoje, às 21h, no Youtube

Correio do Povo

Obra se debruça sobre reflexões formais e de conteúdo acerca do momento que o mundo está vivendo e também no que se refere ao isolamento imposto pelo Covid-19

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Texto inédito de Paula Autran, com direção de Michelle Ferreira, “Castor y Pólux – uma Constelação”, que mescla teatro, cinema e videoarte tem estreia nesta terça-feira, às 21h, com transmissão gratuita pelo YouTube - Palipalan Arte e Cultura.  Viabilizado pela Lei Aldir Blanc, o espetáculo conta no elenco com Fernanda Viacava, Henrique Schafer e Paulo Barcellos e pode ser conferido até 8 de abril, de terças a quintas. 

A peça se passa nos dias atuais, mas é uma espécie de seta apontada para o futuro. Três personagens que buscam, nos dias finais da vida sobre a Terra, saída para algum lugar no qual possam continuar a viver, ao mesmo tempo que pretendem esclarecer entre si suas relações mal resolvidas de uma vida inteira. Ela se debruça em reflexões formais e de conteúdos sobre um momento de mundo - também no que se refere ao isolamento imposto pelo Covid-19 - em que todos estamos voltados: a necessidade de mudanças de perspectiva de humanidade e a possibilidade da extinção dos seres humanos no planeta. 

A equipe iniciou os estudos a partir dos mitos de Caim e Abel e de Castor e Pólux e temas em comum e caros surgiram durante o processo: a relação fraterna como organizadora da noção do “eu” - o outro que se assemelha e se diferencia e que gera amor e ódio-; a dominação e o descolamento do homem da natureza - monocultura versus permacultura; a situação de paralisia e lacunar de espaço e tempo - entre passado e futuro - em referência à filósofa Hanna Arendt; e, o retorno e ascensão no mundo de regimes, governos e pensamentos autoritários e retrógrados. 

Partindo da reflexão de Freud sobre as três feridas narcísicas da humanidade, que nos foram infringidas por Copérnico, Darwin e pelo próprio Freud, o presente projeto põe em cena personagens que tem ressonâncias com figuras bíblicas e mitológicas. No entanto, os coloca em um momento atual, misturados às pesquisas de ponta sobre fotossíntese e tecnologia, e em um intrincado jogo de relacionamentos humanos entre irmãos e amores mal resolvidos do passado. Em meio a esse emaranhado humano surge o momento crucial: o que fazer em meio ao final dos tempos? Como sairemos dessa enrascada? Tudo isso se junta à história que se passa com os personagens tendo que resolver dois dos maiores enigmas da humanidade: como desenvolver fotossíntese por nós mesmos? O que fazer quando a Terra chegar no seu limite?

 

 


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