Exposição em Paris conta a aventura de Brasília e celebra Niemeyer
Mostra abriu sua portas nesta sexta e ficará até junho na sede do Partido Comunista
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No Espaço Oscar Niemeyer, cerca de 200 peças, entre documentos inéditos, fotografias históricas, objetos raros e uma enorme maquete, evocam a construção da nova capital no meio do nada, que foi o principal legado de Niemeyer, morto em dezembro passado aos 104 anos e que continua a influenciar arquitetos contemporâneos.
"O objetivo desta exposição é apresentar Brasília ao mundo, uma das principais obras de arquitetura do século XX", explicou a curadora da exposição, a brasileira Danielle Athayde, perante membros dos Partido Comunista Francês (PCF) e do governo Federal brasileiro.
"Queríamos homenagear o espírito de Niemeyer, que deu ao concreto o ar da liberdade, a mesma liberdade que guiou seus pensamentos e sua orientação política", disse.
A exposição, que foi concebida pelo estúdio brasileiro Artetude Cultural, no âmbito das comemorações do 50º aniversário da capital, celebrado em 2010, "conta a nossa jovem história, e permite redescobrir o valor histórico e arquitetônico da cidade", acrescentou. A mostra, que também presta homenagem ao urbanista Lucio Costa e ao paisagista Roberto Burle Marx, que ajudaram Niemeyer a lançar este grito de modernidade que é Brasília, inclui fotos de monumentos históricos dessa capital projetada e construída a mando do presidente Juscelino Kubitschek, uma das figuras-chave no nascimento da cidade.
Na apresentação da exposição à imprensa, realizada na cúpula branca criada por Niemeyer, que parece saída de um filme de ficção científica, houve discursos e homenagens ao gênio. Mas, acima de tudo, as notas musicais do grande pianista Arthur Moreira Lima, nascido no Rio de Janeiro em 1940, e que interpretou com emoção as peças de Heitor Villalobos e Ernesto Nazareth, transmitiram aos convidados o lirismo, a sensualidade e poesia de Oscar Niemeyer.
A exposição, que já foi um grande sucesso na Espanha, Portugal, Argentina, Chile e Índia, viajará a Londres e Nova York, segundo a curadora da exposição.