Feira do Livro

Jornalistas refazem o caminho das águas em 2024 em lançamento na Feira do Livro

Eduardo Seidl e Raphaela Donaduce Flores registram em livro o caminho da enchente em maio do ano passado. A quarta terá ativismo e luta feminina em mesa no Clube do Comércio e apresentação na Bibllioteca Pública

Livro de Eduardo Seidl e Raphaela Donaduce Flores, "Caminhos das Águas", registra o caminho das águas da enchente de 2024 no RS por jornalistas ciclistas e terá autógrafos às 17h na Praça de Autógrafos da Feira do Livro
Livro de Eduardo Seidl e Raphaela Donaduce Flores, "Caminhos das Águas", registra o caminho das águas da enchente de 2024 no RS por jornalistas ciclistas e terá autógrafos às 17h na Praça de Autógrafos da Feira do Livro Foto : Projeto Caminho das Águas / Divulgação / CP

Nesta quarta-feira da 71ª Feira do Livro de Porto Alegre será de recordar da maior tragédia climática da história do RS, em maio de 2024, além do ativismo e da luta feminina por meio da literatura.

Às 15h30min, na Sala Vitrine de Lançamentos do Clube do Comércio, e às 17h, na Praça de Autógrafos, os jornalistas Eduardo Seidl e Raphaela Donaduce Flores lançam o livro “Caminho das Águas - Uma viagem de bicicleta pela Costa Oeste da Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul, Brasil” (Libretos, 152p.). Três meses depois da enchente eles percorreram de bicicleta o caminho que as águas fizeram, a partir do Guaíba até encontrar o mar, na Praia do Cassino. Em oito dias, foram cerca de 500 km pedalados, contornando a costa oeste da Lagoa dos Patos, com paradas nas cidades de Barra do Ribeiro, Tapes, Arambaré, São Lourenço, Pelotas e Rio Grande.

Narrado em forma de diário de viagem, os viajantes percorrem o território, documentando as marcas deixadas na paisagem e na vida da população. Elaborado a quatro mãos, o conteúdo deste livro, fotos e textos, é de autoria coletiva. “O resultado do trabalho é fruto de horas de diálogo e elaboração conjunta, que começaram antes de nos lançarmos à estrada e seguiram meses depois de concluir o trajeto, ao longo da feitura do livro. Independente de quem clicou a foto ou redigiu as palavras nas páginas, a narrativa é uma fusão da nossa experiência coletiva”, explicam os autores.

Às 17h30min, na Sala dos Jacarandás do Clube do Comércio (Andradas, 1085 - 2° andar), o momento será de falar de “Ativismo e literatura: mulheres em luta no Egito e nas Filipinas”. A mesa terá como participantes as escritoras Com Mai Khalled (Egito), Cecilia Brainard (Filipinas), com mediação da escritora Cátia Simon. Em pauta, estarão os desafios enfrentados pelas mulheres em seus países e o papel da palavra como instrumento de resistência. Com trajetórias que transitam pela literatura, rádio e televisão, ambas usam a comunicação como ferramenta de denúncia e transformação social. No encontro, Mai e Cecilia irão compartilhar experiências de enfrentamento à censura, desigualdade e violência de gênero. A conversa propõe um olhar aprofundado sobre o ativismo feminino e a potência da criação artística como forma de mobilização e mudança. Logo depois, às 19h, as duas autografam na Praça. Mai tece dedicatórias em “A máfia da turquesa”, com tradução de Mohamed Elshenawy e Cecilia autografa “Quando a Deusa do arco-íris chorou”, com tradução de Isabela Figueira, ambos da Editora Rua do Sabão.

Às 20h de hoje e de amanhã, pela Feira, o Salão Mourisco da Biblioteca Pública do Estado recebe duas apresentações do espetáculo “Confesso que Capitu”, com entrada gratuita e senhas distribuídas no local a partir das 18h. Protagonizada pela atriz Elisa Lucas, a montagem é inspirada no clássico “Dom Casmurro”, de Machado de Assis. Hoje, após a peça, haverá bate-papo da atriz com o público sobre teatro, literatura, feminino e a trajetória de “Dom Casmurro”. O espetáculo completa 21 anos de trajetória, já tendo sido assistido por 13 mil espectadores em 150 apresentações, realizadas em mais de 20 cidades brasileiras.