Feira do Livro

“Poesia não é difícil”, diz Ana Thomas Terra durante Feira do Livro

"Do devaneio à palavra: poetas rebeldes, poetas incríveis" foi o tema da palestra no Espaço Jovem Banrisul, nesta sexta-feira, 31

Escritora Ana Thomas Terra durante palestra no Espaço Jovem Banrisul
Escritora Ana Thomas Terra durante palestra no Espaço Jovem Banrisul Foto : Pedro Piegas / CP

Jovens e poesia. A somas dos dois fatores pode não resultar num produto imediato, mas o importante é buscar proximidade. Essa foi a premissa elaborada pela escritora e ilustradora Ana Thomas Terra durante a palestra "Do devaneio à palavra: poetas rebeldes, poetas incríveis", na manhã desta sexta-feira, 31, durante a Feira do Livro.

Fazendo um passeio pelas poesias mais antigas às contemporâneas, Ana afirma que a poesia hoje carrega consigo um tom de protesto. “O movimento de poesia tem essa força do protesto, da denúncia. Por exemplo, os que estão silenciados podem, através da arte do poema, da rima, do slam, tazer essa voz”.

De Charles Baudelaire a Racionais MC’s, os estudantes das escolas Maria Sirley Vargas Ferraz e La Salle Dores ouviram atentos às declamações de poesias de Paulo Leminski, Arnaldo Antunes, Hilda Hilst, Bruna Mitrano, Marília Floôr Kosby e Angélica Freitas. Nomes que normalmente não são estudados no ambiente escolar. No entanto, a escritora buscou criar a relação entre as métricas literárias e as musicais.

Títulos usados pela escritora durante palestra | Foto: Larissa Har / Especial CP

”Os jovens eles vêm com essa fala que a poesia é difícil. Mas os poemas que eu trouxe dificilmente entram nas escolas por conta do seu conteúdo agressivo de denúncia. Então, às vezes, um professor vai trazer poemas clássicos, eruditos e fica para eles [jovens] de difícil entendimento porque eles estão numa sensibilidade onde a música fala muito mais alto que o poema”, destaca.

Como estratégia de aproximar a juventude da poesia, Ana Thomas acredita que a escola seja a ponte mais eficaz, mas que avalia ser necessária a inserção de autores mais contemporâneos. “Poesia não é difícil. Se a gente tivesse um pouquinho mais de coragem de trazer esses poetas que falam a mesma língua que os jovens estão falando, a gente os conquistaria porque teria representatividade. O Fernando Pessoa, no período da juventude, talvez não os represente, mas vai representar mais tarde”.

Veja Também

*Sob supervisão de Carolina Santos