Festival de Berlim começa entre glamour e Ucrânia

Festival de Berlim começa entre glamour e Ucrânia

O começo hoje contou com um discurso por vídeo do presidente Volodymyr Zelensky, que abre uma edição dominada pelos dramas da Ucrânia e Irã

AFP

Durante os próximos 10 dias de estreias e debates, o 73º Festival de Berlim exibirá 18 filmes e documentários

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O Festival de Cinema de Berlim começa nesta quinta-feira, dia 16, com um discurso por vídeo do presidente Volodymyr Zelensky, que abre uma edição dominada pelos dramas da Ucrânia e Irã.

Durante os próximos 10 dias de estreias e debates, o 73º Festival de Berlim exibirá 18 filmes e documentários focados nos dois países, além da competição oficial com 19 produções candidatas ao Urso de Ouro.

Zelensky vai discursar após uma apresentação do astro americano Sean Penn, que o entrevistou para seu filme "Superpower". A obra será exibida na sexta-feira.

"Nossa solidariedade e simpatia estão com as vítimas (...) os milhões que abandonaram a Ucrânia e os artistas que ficaram para proteger o país e  continuam filmando a guerra", afirmaram os codiretores do festival, Mariëtte Rissenbeek e Carlo Chatrian.

O evento também terá glamour, com uma homenagem ao diretor americano Steven Spielberg, que receberá um Urso honorário, e uma lista de celebridades como Anne Hathaway, Helen Mirren e John Malkovich.

Com isso, a capital alemã recupera o brilho de receber o primeiro grande evento cinematográfico do ano na Europa.

O glamour também está presente no júri do evento. Liderado pela atriz norte-americana Kristen Stewart de 37 anos, ela é a mais jovem presidente da histpória da mostra competitiva.

Ao lado de Stewart também estarão presentes a atriz franco-iraniana Golshifteh Farahani e a diretora espanhola Carla Simón, que no ano passado ganhou o Urso de Ouro com "Alcarràs".

Entre os filmes que concorrem ao Urso de Ouro deste ano, destacam-se o espanhol "20.000 Espécies de Abelhas", de Estibaliz Urresola e o mexicano "Tótem", de Lila Avilés.

Após o discurso de Zelensky, o festival continuar com a comédia romântica americana "She came to me", dirigido por Rebecca Miller.

- Uma jornada particular -

Também conhecido como Berlinale, o festival é famoso por ser ponto de encontro de um cinema comprometido e realista, além das estrelas que marcam presença.

"A guerra na Ucrânia e o movimento de protesto no Irã são duas áreas de conflito que representam questões mais amplas, a democracia e a liberdade de expressão", explicou Mariëtte Rissenbeek.

Assim como outros festivais internacionais, a Berlinale testemunhou com indignação a prisão de cineastas iranianos nos últimos meses, alguns deles diretamente relacionados ao evento.

O diretor Mohammad Rasoulof, que ganhou um Urso de Ouro por "Não Há Mal Algum" em 2020, foi preso em julho do ano passado e aguarda sentença. 

Outro diretor premiado em Berlim, Jafar Panahi ("Taxi Teerã", 2015), também foi detido por um curto período na capital iraniana mas foi posteriormente solto.

O Festival de Berlim dedicará a agenda de sábado para o Irã e a Ucrânia, com um tapete vermelho especial, várias programações e uma coletiva de imprensa. 

Sean Penn viajou para a Ucrânia há um ano para fazer um documentário sobre a ameaça russa. Ele se deparou com o início da guerra, em 24 de fevereiro, e começou a filmar "Superpower".

Quanto ao Irã, o longa-metragem “Mon pire ennemi” ganha destaque. A obra rodada na França por Mehran Tamadon, conta a história de um cineasta exilado que imagina um interrogatório nas mãos de agentes do regime iraniano.

- Cinema de todo o mundo -

A Berlinale também dará espaço para outros países, como o caso de "Manodrome", com os atores Jesse Eisenberg ("A Rede Social") e Adrien Brody ("O Pianista"), que aborda os "desejos inconfessáveis" de um motorista musculoso. 

Já "Mal Viver", do português João Canijo, conta a história de uma família de mulheres que administram um hotel.

Canijo é um caso inusitado, já que concorre em outra categoria do festival com “Viver mal”, que é o “inverso” cinematográfico do seu filme na competição do Urso de Ouro.

A competição de Berlim também apresenta "Suzume", uma animação japonesa dirigida por Makoto Shinkai, 

O Festival de Cinema de Berlim também marcará a estreia de filmes que não participam da mostra competitiva, como "Golda", biografia da primeira-ministra israelense Golda Meir, interpretada pela britânica Helen Mirren, e "Séneca", comédia sobre o filósofo de origem espanhola durante o Império Romano, com John Malkovich.


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