Fundação Iberê abre exposição do paulista Rodrigo Andrade

Fundação Iberê abre exposição do paulista Rodrigo Andrade

"Pintura e Matéria” reúne, pela primeira vez em Porto Alegre, trabalhos do artista considerado um dos mais importantes nomes da arte contemporânea brasileira

Correio do Povo

“Pintura e Matéria”, no terceiro andar da FIC, reúne, pela primeira vez em Porto Alegre, um recorte de 30 trabalhos de Rodrigo Andrade

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A Fundação Iberê inaugura duas exposições do artista paulista Rodrigo Andrade, considerado um dos mais importantes nomes da arte contemporânea brasileira, neste sábado, dia 26 de agosto. A abertura terá entrada gratuita. A partir de domingo, os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla. 

A mostra “Pintura e Matéria”, no terceiro andar da FIC, reúne, pela primeira vez em Porto Alegre, um recorte de 30 trabalhos, que muito bem representam uma visão significativa de sua produção em quase 40 anos de trajetória singular. No quarto andar, o artista se desafiou a produzir versões de 12 obras de Iberê Camargo, que serão colocadas lado a lado na exposição “Assombrações: um diálogo pictórico com Iberê Camargo”.

Segundo Rodrigo Andrade, a mostra nasce do desejo de encontrar modos de pintar de Iberê, incorporando-os ao seu repertório pictórico, muito embora ele encontre mais de si do que o pintor gaúcho nesta experiência. “Se Iberê, no fim da vida, já vislumbrava o além diante de si, suas memórias já o assombravam desde antes. (...) A lama do fundo dos riachos, os riachos da infância… Jaguari, lama verde disposta com espátula… A pintura de Iberê vem da lama e à lama torna. Da lama da memória à lama pictórica. Vultos que emergem da tinta revolvida... Quanta lembrança, quanta saudade, quanta tinta! Quanto a mim, não sinto saudade de nada. Não desejo desenterrar memória nenhuma. Pelo contrário, quero me ver livre delas. (...) Esta imersão na obra de Iberê Camargo só fez crescer minha admiração por ela, mas com todo o respeito, alguma subversão ao mestre precisa haver, até para honrar o seu legado subversivo. Iberê não fazia pinturas agradáveis para o paladar do cidadão civilizado. Iberê não fazia concessões ao bom gosto e à elegância e chafurdava na sua pintura como quem busca uma verdade. Apesar de sua adesão à tradição, não era submisso a seus mestres, e se rebelava contra muitos dos dogmas modernistas, como a redução ao plano e a proibição de modelar as formas. A ele invoco uma velha máxima anarquista que diz: ‘Quem respeita, decai!’”, discorre Andrade. 

Pintura e Matéria

Com curadoria de Taisa Palhares, o percurso de Rodrigo Andrade – Pintura e Matéria é organizado em três tempos: dos primórdios de seu trabalho, ainda no âmbito do ateliê Casa 7, às grandes telas realizadas a partir de imagens fotográficas que Andrade começa a pintar em 2009, com a série "Matéria Noturna", apresentada na 29ª Bienal Internacional de São Paulo (2010). Uma das salas é dedicada às telas “abstratas”, que são realizadas pela aplicação com máscara de volumes densos de tinta a óleo em formas geométricas simples sobre a superfície da tela, em geral branca e sempre em pares. O intuito é evidenciar o movimento espiral que baliza a sua produção. Por isso, não se trata de dividir a sua trajetória em fases ou estilos fixos, mas compreendê-la como a retomada, sempre por novos ângulos, de problemas centrais para o fazer artístico em seu embate com o mundo contemporâneo.  

Fundação Iberê (Padre Cacique, 2000). Visitação de 27 de agosto até 9 de abril de 2023. De quintas a domingos, das 14h às 18h. 


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