Fundação Iberê disponibiliza acervo de imagens exclusivas de Iberê Camargo

Fundação Iberê disponibiliza acervo de imagens exclusivas de Iberê Camargo

As fotos do artistas são de autoria de Cristine do Bem e Canto

Correio do Povo

Fundação Iberê disponibilizou fotos inéditas do artista Iberê Camargo, feitas por Cristine do Bem e Canto

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A Fundação Iberê disponibilizou, no Google Arts & Culture, um conjunto de imagens inéditas do pintor, registradas pela fotógrafa Cristine do Bem e Canto no início da década de 1990. São 35 fotografias de Iberê Camargo em seu processo criativo no ateliê da casa em que morou até o fim da vida, no bairro Nonoai, em Porto Alegre, e que integram o projeto de Cristine, contemplado pelo XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia. As fotografias podem ser vistas aqui, bem como todo o acervo da Fundação Iberê.

Virgínia Gil Araujo, professora Adjunta do Departamento de História da Arte da Universidade Federal de São Paulo, foi convidada para escrever um texto especialmente para este recorte. “Iberê Camargo pintando e Cristine de Bem e Canto fotografando. Dois corpos juntos em plena atividade, animados e sensibilizados pela possibilidade da invenção. Cristine guardou durante 30 anos mais de 400 negativos das sessões fotográficas realizadas no ateliê de Iberê e agora disponibiliza fragmentos dessa experiência inédita, no seu projeto contemplado pelo XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia. [...] O corpo de Iberê Camargo como lugar resiste no ato de pintar mantendo um modo de vida que permite um outro tipo de subjetivação, potencializa o sujeito e o indivíduo enquanto ser no mundo. O ato fotográfico de Cristine de Bem e Canto enfraquece as forças conservadoras através de um caminho sutil e discreto, sem criar ameaças fáceis às formas de imobilidade ainda persistentes na fotografia. Temos nessa vivência comum o ideal de peso dramático junto à leveza lírica”, destaca Virgínia.

Ainda no texto, ela descreve o primeiro encontro de Iberê e Cristine, que veio “timidamente” por meio de um bilhete escrito à mão: “Em uma visita com a professora Mariza Carpes, do Instituto de Artes da UFRGS, ao ateliê de Iberê, a fotógrafa deixou um bilhete nas mãos do artista manifestando a vontade de fotografá-lo pintando. Após alguns dias Iberê telefonou para combinarem esse trabalho em parceria. Durante a primeira sessão podemos perceber as fotografias como imagens-sequência, em que a fotógrafa persegue a ação do artista de modo quase cinematográfico. Essa obsessão pelo movimento é relatada por Cristine: ‘Passados 30 anos o que mais tenho presente é a vivência de ser afetada pelo movimento daquele corpo que atingiu, diretamente, minha força e minha alma’”.

O movimento a que Cristine se refere originou, ainda, um documentário fotográfico, realizado com as imagens produzidas por ela. Apresentar as imagens fotográficas em sequência, editadas em vídeo, possibilitou colocar o corpo de Iberê em movimento e tornar visível seu processo de criação.


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