Governo de Londres adverte que Museu Britânico não pode fragmentar coleção

Governo de Londres adverte que Museu Britânico não pode fragmentar coleção

Informações prévias eram de que a instituição estaria negociando a devolução dos mármores do Partenon para a Grécia

AFP

Os Mármores de Elgin encontram-se no Museu Britânico e a Grécia pede sua restituição

publicidade

O Museu Britânico de Londres é legalmente proibido de fragmentar sua vasta coleção - enfatizou o governo do conservador Rishi Sunak, nesta segunda-feira, dia 5, reagindo às informações de que a instituição estaria negociando a devolução dos mármores do Partenon para a Grécia.

As esculturas antigas, também conhecidas como Mármores de Elgin, foram retiradas do Partenon no início do século XIX pelo diplomata britânico Lord Elgin e, desde então, encontram-se no Museu Britânico. A Grécia pede sua restituição.

As conversas nos bastidores entre o presidente da instituição britânica, George Osborne, e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, "acontecem em Londres desde novembro de 2021", informou o jornal grego Ta Nea.

As conversas sobre a "possível devolução" dos mármores estão em uma "fase avançada", informou o jornal no sábado, dia 3.

Respondendo à imprensa, o porta-voz oficial de Sunak frisou, nesta segunda, que os administradores do Museu Britânico são livres para falar com quem quiserem. No entanto, "não temos planos de mudar a lei, que impede retirar objetos das coleções do museu, das coleções do Museu Britânico, salvo em determinadas circunstâncias", acrescentou.

De acordo com uma lei britânica de 1963, o museu pode vender, ou ceder, objetos de sua coleção em apenas três situações, entre elas, a eventualidade de os administradores decidirem que "o objeto não é adequado para ser mantido nas coleções do museu e pode ser descartado sem prejuízo dos interesses dos estudantes".

Segundo o Museu Britânico, seu acervo conta com mais de oito milhões de peças, das quais apenas cerca de 80.000 estão expostas ao público. Entre elas, há inúmeras peças que outros países denunciam como saques, e o governo de Londres teme, há tempos, que os mármores gregos possam estabelecer um precedente.

"Operamos dentro da lei e não vamos desmantelar nossa grande coleção, pois conta uma história única da nossa humanidade comum", declarou o museu no sábado, ao mesmo tempo em que disse esperar "uma nova parceria com a Grécia para o Partenon".

Desde o início do século XX, a Grécia solicita, oficialmente, a devolução de um friso de 75 metros do Partenon e de uma das famosas cariátides do Erecteion, um pequeno templo na Acrópole. Ambas são peças-chave do museu.

Londres afirma que as esculturas foram "adquiridas legalmente" em 1802 pelo diplomata britânico Lord Elgin, que as vendeu para o museu. A Grécia alega, no entanto, que foram "saqueados" enquanto o país esteve sob ocupação otomana.


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta deste domingo, dia 28 de abril de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895