Grande júri de Nova Iorque denuncia Weinstein por estupro

Grande júri de Nova Iorque denuncia Weinstein por estupro

Decisão coloca ex-produtor mais próximo de assumir crimes de violência dos quais foi denunciado

AFP

Grande júri de Nova Iorque denuncia Weinstein por estupro

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Um grande júri de Nova Iorque decidiu nesta quarta-feira denunciar o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein por estupro e agressão sexual, o que abre caminho para que seja levado à Justiça. "Esta decisão coloca o acusado mais próximo de assumir a responsabilidade pelos crimes de violência dos quais agora é denunciado", declarou o promotor de Manhattan, Cyrus Vance. "Nossa promotoria julgará este caso no tribunal, e não na mídia", destacou Vance, criticado por não denunciar Weinstein por outra denúncia de agressão sexual, há três anos.

No sistema judicial americano, um grande júri confirma ou não se as evidências apresentadas pela polícia são suficientes para a denúncia. O advogado Ben Brafman informou nesta quarta-feira que Weinstein vai se declarar inocente, e "nega fortemente as acusações sem fundamento" contra ele. "Logo vamos derrubar esta denúncia, mas se o caso for a julgamento, esperamos absolvê-lo", disse o advogado.

Se for declarado culpado, Weinstein pode ser condenado a entre cinco e 25 anos de prisão. Brafman se queixou de que não houve "tempo suficiente" para "preparar corretamente" o seu cliente para testemunhar no grande júri devido ao feriado prolongado do Memorial Day.

O pedido para adiar o seu comparecimento ante o grande júri, previsto para esta quarta-feira às 14h locais (15h de Brasília), foi negado, e Weinstein não realizou o depoimento. Weinstein foi acusado de estupro e crime sexual em Nova York na sexta-feira passada, oito meses depois da explosão do escândalo, em outro de 2017, um marco para o movimento #MeToo contra o assédio e a agressão sexual.

O famoso produtor de 66 anos, casado e pai de cinco filhos, foi acusado de estupro em primeiro e terceiro graus pelo ataque contra uma jovem em 2013, e de forçar outra jovem a fazer sexo oral nele em 2014. As vítimas não foram identificadas. Seu advogado afirma que a acusação de estupro envolve uma mulher com a qual Weinstein "compartilhou uma relação consensual por 10 anos e que continuou durante anos" após o suposto incidente de 2013.

Weinstein foi liberado após pagar uma fiança de um milhão de dólares em espécie. Entregou seu passaporte, deve usar uma tornozeleira eletrônica com GPS e não pode sair dos estados de Nova York e Connecticut. Sua carreira afundou quando artigos publicados na revista New Yorker e no jornal New York Times revelaram algumas das mais de 100 denúncias contra ele por abuso, agressão sexual e estupro ao longo de três décadas.

O escândalo provocou uma tomada de consciência sobre o abuso e a agressão sexual nos Estados Unidos e ao redor do mundo, desatando inúmeras acusações e atualizações de regras de conduta em muitas outras indústrias.

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