Grupo Cerco leva boêmia ao palco do Olga Reverbel

Grupo Cerco leva boêmia ao palco do Olga Reverbel

Espetáculo indicado onze vezes ao Prêmio Açorianos, opereta rock faz parte da programação do Festival Palco Giratório

Correio do Povo

Em ambientação de um bar decadente, a peça apresenta personagens que vivem imersos em bebidas, jogos e sedução

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*Laura Copelli

De volta aos palcos de Porto Alegre em exibição única, o Grupo Cerco integra a programação do 18º Festival Palco Giratório Sesc em Porto Alegre nesta terça-feira, dia 5, com a opereta rock “Trago Sorte, Mentira e Morte”. A apresentação ocorre no Teatro Oficina Olga Reverbel (Praça Mal. Deodoro, s/n, Centro), às 19h.

A montagem da obra de aura boêmia da companhia teatral foi convidada a participar do Festival com a ampliação da participação de espetáculos do Rio Grande do Sul, após o cancelamento das apresentações no mês de maio, por conta das enchentes que atingiram o estado. Agora, 39 espetáculos cênicos fazem parte da programação.

Em ambientação de um bar decadente, a peça apresenta personagens boêmios que vivem imersos em bebidas, jogos e sedução. Nesse ambiente degradado, lutam por sua sobrevivência e pelo seu prazer. Com textos e canções originais de Celso Zanini, a obra foi escrita em rimas e teve sua nova montagem realizada pelo grupo ainda durante a pandemia. “Agora está mais sofisticado, pelo tempo que trabalhamos na obra. A primeira montagem era divertidíssima e por isso queríamos recriar esse espetáculo. Hoje existe uma maior produção na montagem, um amadurecimento dos artistas”, conta Inês Marocco, pesquisadora teatral que assina a direção da peça ao lado de Kalisy Cabeda.

A trama segue Valentin, um trambiqueiro malandro, e Tom, um trapaceiro de jogos de azar, que têm seu caminho cruzado por Marquito, um político argentino, e Lívia, uma sedutora femme fatale. Junto às personagens, o espetáculo integra a banda, formada por Frigo Mansan, Gabriela Lery e R. Fernandez em cima do palco, como boêmios que interpretam a musicalidade através dessa persona. “É um diferencial, a banda está com a gente o tempo todo, são os únicos que nunca saem de cena, e traz esse ar de ‘cabaré’ para o público”, argumenta Bruno Fernandes, que interpreta o protagonista Valentin.

Ator convidado pelo Grupo Cerco, Bruno é integrante do grupo porto alegrense Pretagô e está faz parte do elenco desde a primeira apresentação da peça, que aconteceu em 2022. “Eu tive no Cerco um exemplo durante toda a minha formação como ator, ser convidado e estar nos palcos com essa obra é muito gratificante como artista” comenta.

As primeiras fases do projeto aconteceram durante o período de isolamento social pela Covid-19 e contaram com ensaios de atuação, improvisação e até aulas de canto por meio de uma webcam. “Conhecemos a equipe por meio de uma tela, a peça nasceu dentro das nossas casas” continua Bruno. Para Inês, o espetáculo era necessário para o público e artistas após o período de pandemia, veio no momento certo: “era leve e trazia algo diferente para quem assistia e para o Cerco”.

Atualmente, “Trago Sorte, Mentira e Morte” acumula onze indicações ao Prêmio Açorianos de Teatro e três estatuetas, entre elas a de melhor trilha sonora, composta originalmente pela banda Sanatório Rock Blues e com novos arranjos de Simone Rasslan. “As músicas originais se mantém com a autoria do Celso, mas toda a produção foi refeita, trazem uma releitura musical que insere o público nesse universo que foi criado”, revela a pesquisadora.

Com um trabalho em conjunto há mais de 14 anos, quando Bruno se tornou bolsista universitário em grupos de Inês, diretora e ator não escondem a química entre seus trabalhos que são traduzidos com leveza para os palcos. “Foi impactante conhecer todo mundo que está por trás desse trabalho pessoalmente depois de tanto tempo pela tela, aprendemos e fizemos os ensaios das cenas por trás de uma máscara, quando foi possível fazer sem, foi um novo espetáculo para todos nós, mesmo já tendo trabalhado juntos”, contam. “Hoje a montagem traz um lugar emocionante para todos nós, se fizéssemos esse trabalho do início de novo, o resultado seria muito diferente e isso torna todo o ambiente único” completa Bruno.

O experimento cênico “Trago Sorte, Mentira e Morte” tem ingressos disponíveis para sua apresentação no Palco Giratório através do site oficial do festival.

*Supervisão de Luiz Gonzaga Lopes


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