Juiz rejeita processo de Trump contra CNN por difamação
Ex-presidente dos Estados Unidos denunciou a rede em outubro do ano passado
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Um juiz federal da Flórida rejeitou o processo de difamação de Donald Trump contra a CNN, no qual o ex-presidente dos EUA pediu à rede US$ 475 milhões em danos (R$ 2,2 bilhões na cotação atual).
Trump criticou o canal de notícias por usar a frase "a Grande Mentira" para se referir às suas acusações de que Joe Biden havia "roubado" dele a eleição presidencial de 2020.
Ele considerou que, com essa frase, a CNN estava tentando "desacreditá-lo" e o comparou a Adolf Hitler e ao nazismo.
Na noite de sexta-feira, o juiz Raag Singhal, indicado por Trump, rejeitou a denúncia, determinando que os comentários da CNN não eram difamatórios porque constituíam uma opinião.
"O uso da CNN da frase 'A Grande Mentira' em relação aos desafios eleitorais de Trump não leva a uma inferência plausível de que Trump defende a perseguição e o genocídio de judeus ou de qualquer outro grupo de pessoas", escreveu Singhal.
"O Tribunal considera as referências nazistas no discurso político (feitas por qualquer um dos 'lados') abomináveis e repugnantes. Mas a má retórica não é difamação quando não inclui declarações factualmente falsas", afirmou.
Trump, o favorito do Partido Republicano na disputa pela Casa Branca, apresentou uma denúncia contra a CNN em outubro.
De acordo com sua acusação, "a 'Grande Mentira' é uma referência direta a uma tática usada por Adolf Hitler e apresentada em 'Mein Kampf'."
Ao longo de seu governo, o ex-presidente republicano, agora cercado de escândalos e acusado nos tribunais, manteve um péssimo relacionamento com grandes veículos da mídia, como CNN e The New York Times, que ele apelidou de veículos de "notícias falsas".