Jussie Smollett "usou da dor e da raiva do racismo para promover sua carreira", diz polícia

Visivelmente bravo, o Superintendente da Polícia de Chicago, Eddie T. Johnson, criticou Jussie Smollett em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, afirmando que ataque racista e homofóbico do qual o ator garantiu ter sido vítima não passou de um "golpe publicitário". "Ele se aproveitou da dor e da raiva do racismo para promover sua carreira", disse, em tom grave, detalhando que o artista enviou, em um primeiro momento, ao estúdio da série "Empire", "uma carta falsa que se baseava em linguagem racial, homofobia e política porque estava insatisfeito com seu salário". Como isso não teve a atenção pública que desejava, pagou US$ 3,5 mil a dois irmãos nigerianos que ele conhecia para forjarem a agressão.

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"Por que alguém, especialmente um homem afro-americano, usaria o simbolismo de uma corda para fazer falsas acusações? Como um indivíduo que foi abraçado por Chicago se vira e dá um tapa na cara de todos na cidade com essas falsas alegações?", indagou Johnson, referindo-se ao fato do ator ter afirmado que os agressores tinham colocado uma corda ao redor de seu pescoço. "Estou ofendido com o que aconteceu e estou com raiva. Esse golpe de publicidade era uma cicatriz que Chicago não possuía e certamente não merecia", completou, enfatizando que o local sedia uma das maiores paradas LGBT do mundo.

Olhando para uma sala lotada de repórteres na sede da polícia, Johnson disse: "Eu só queria que as famílias de violência armada nesta cidade recebessem tanta atenção, porque é isso que realmente merece a quantidade de atenção que estamos dando a este incidente em particular". Ele ainda chamou o episódio de vergonhoso. "É simplesmente desprezível... faz você imaginar o que está acontecendo na mente de alguém para ser capaz de fazer algo assim".

Smollett se entregou à polícia de Chicago nesta acusado de conduta desordeira por fazer um falso relatório policial. O artista de 36 anos, chegou por volta das 5 da manhã na delegacia do Distrito Central, acompanhado por quatro ou cinco pessoas, segundo o porta-voz da polícia Thomas Ahern, que esteve presente durante a rendição. "Ele estava muito quieto e não disse nada", disse.

Seus advogados, Todd Pugh e Victor Henderson, não estavam presentes na ocasião, mas divulgaram a seguinte declaração na noite anterior: "como qualquer outro cidadão, o Sr. Smollett gosta da presunção de inocência, especialmente quando houve uma investigação como essa. onde a informação, tanto verdadeira quanto falsa, tem sido repetidamente vazada. Dadas estas circunstâncias, pretendemos conduzir uma investigação completa e montar uma defesa agressiva".