Kamasi Washington empolga um Opinião lotado em Porto Alegre

Um Opinião lotado assistiu a um dos principais expoentes do jazz na noite dessa terça-feira, em Porto Alegre. E a calorosa recepção após primeira música tocada por Kamasi Washington, "Street Fighter Mas", mostra que o impacto da nova fase do gênero musical chegou na capital gaúcha. Foram apenas seis músicas – e dois solos de bateria –, tiradas dos discos "Epic", "Heaven and Earth" e do EP "Harmony Of Difference". 

Auxiliado por uma banda coesa, formada pelo tecladista Brandon Coleman, o contrabaixista Miles Mosley, o trombonista Ryan Porter, a vocalista Patrice Quinn e os bateristas Tony Austin e Ronald Brunner Jr, Kamasi comanda o espetáculo. A conexão com a audiência é evidente. Se em Londres, a apresentação de outro representante da nova cena do jazz, Sons of Kemet, a empolgação lembra o público de bandas punk, com Kamasi Washington o ritmo é menos tribal, mais swingado, mas não menos hipnótico. 

O carismático tecladista Brandon Coleman empolga tanto quanto o band leader. Miles Mosley também é um show à parte. Se não teve sua música "Abraham" tocada como no show do Rio (vale conferir também sua versão para "Lovely Rita", dos Beatles), brilhou nos momentos solos. 

Já Patrice Quinn chama a atenção tanto por sua voz em "The Rhythm Changes", "Black Man" e no bis "Show Us The Way", quanto pela movimentação no palco. Dança, pula, levanta os braços, se ajoelha. Até um pequeno momento de confusão em "Black Man" passa batido. 

Kamasi Washington é o virtuose que todos esperavam. Dialoga com o público entre as músicas, e usa o sax para fazê-lo durante as canções. Eleva o jazz a um novo patamar. Entrega aquilo que promete. Comanda o que muitos críticos descrevem como a nova explosão do gênero, levando de roldão não apenas a Costa Oeste dos Estados Unidos, mas tem Grã-Bretanha e, agora, Porto Alegre. 

Set list
Street Fighter Mas
The Rhythm Changes
Black Man
Truth
Fists of Fury

Bis
Show Us the Way