Legado da imigração alemã e italiana no Farol Santander Porto Alegre

Legado da imigração alemã e italiana no Farol Santander Porto Alegre

“Artefatos do Sul”, com abertura nesta quarta, dia 10 de abril, exibe 950 peças, como cartões postais, utensílios, portas e móveis

Correio do Povo

Série de cartões postais integra a mostra

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No ano em que são celebrados os 150 anos da imigração italiana no Brasil e os 200 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul, o Farol Santander Porto Alegre (Sete de Setembro, 1028) recebe, a partir desta quarta-feira, dia 10 de abril, a exposição “Artefatos do Sul: Legados da Imigração Alemã e Italiana”. Serão exibidas 950 obras em diferentes tipologias, materiais e técnicas, produzidas desde a segunda metade do século 19 até as primeiras décadas do século 20, proporcionando um mergulho na cultura dos imigrantes. (Confira série de imagens ao final da matéria).

Com curadoria da historiadora de design Adélia Borges, as obras foram selecionadas a partir de vasto acervo de cerca de 6.500 itens da coleção Azevedo Moura, reunidos ao longo de cinco décadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A exposição, que expressa a riqueza e a pluralidade cultural trazida e desenvolvida pelos imigrantes italianos e alemães, abrange tanto objetos autênticos, lembranças e técnicas trazidos de seus locais de origem quanto sua recriação em terras brasileiras, utilizando as condições e materiais disponíveis na época.

A seleção de objetos proporciona um panorama abrangente do cotidiano, desde móveis e ferramentas de trabalho até utensílios domésticos, fotos antigas e cartões postais. Essas criações surgiram da necessidade e revelam respostas inteligentes dos imigrantes aos desafios que enfrentavam.

A exposição destaca-se como um registro fundamental da significativa contribuição cultural dos imigrantes europeus no Sul do país. “A coleção nos oferece um espelho no qual nós, brasileiros, podemos nos contemplar, reconhecendo-nos como um povo multifacetado, diverso e plural. O público gaúcho poderá conhecer melhor a história e os legados de uma parte de seus antepassados, valorizando esse precioso patrimônio material e imaterial”, explica Adélia Borges.

Confira algumas peças expostas na mostra:

Organização da exposição

  • Pode entrar que a casa é sua” – No Grande Hall do Farol Santander, o núcleo “Pode entrar que a casa é sua” recebe os visitantes com um conjunto de portas de madeira maciça (de aproximadamente 1860 a 1920).
  • As várias formas do sentar” – Apresenta cavalinhos de balanço, bancos, cadeiras e banquetas, em diversas tipologias e cores.
  • Ferramentas do fazer” – As galerias laterais abrigam peças feitas no Brasil ou trazidas pelos imigrantes, a maioria executada à mão, como ferro, cerâmica, vidro, porcelana e madeira. Entre eles, destacam-se as “Ferramentas do fazer”, conjuntos ligados à produção de vinho, marcenaria, ferraria, construção e ao trabalho rural e têxtil.
  • Preparar e servir o pão de cada dia” – Apresenta um acervo impressionante de equipamentos de cozinha, incluindo louças, cerâmicas, adornos decorativos e outros instrumentos.
  • A infância nas colônias” é composta por tinteiros, penas, lousas e brinquedos da época. “O céu que nos protege” destaca a religiosidade característica dos imigrantes por meio de oratórios, esculturas de santos e impressões de pinturas.
  • Para conhecer com as mãos” oferece acessibilidade tátil para o público, apresentando vitrines em que é possível manusear os objetos.
  • Cartões postais – O imaginário social da época ganha vida nas fotografias eternizando momentos marcantes das famílias, cartões postais enviados ou recebidos pelos imigrantes, quadros com ditados populares e impressos gráficos. “Essas imagens enriquecem a exposição, mostrando não apenas os objetos em si, mas também as pessoas por trás da sua criação e confecção, seus modos de vida, seus povoados, casas e famílias. Dessa forma, será possível explorar a dimensão imaterial dos artefatos exibidos”, comenta Adélia.
  • Trilha e vídeo – Entre as galerias, destaca-se uma projeção sonorizada assinada pelo Estúdio Preto e Branco, apresentando registros históricos da travessia e dos primeiros assentamentos urbanos dos imigrantes. Na sala de vídeos, os visitantes têm a oportunidade de assistir a entrevistas sobre a coleção com Adélia Borges, Alfredo Aquino, Calito de Azevedo Moura, Günter Weimer, Paula Ramos e Tina de Azevedo Moura, com edição da TerraMar Filmes.

Coleção Azevedo Moura

A coleção Azevedo Moura começou a se formar a partir de meados dos anos 1960. A iniciativa é de Calito de Azevedo Moura, arquiteto e professor de Arquitetura e Urbanismo, com atuações na Universidade de Brasília e na Universidade Federal do Rio Grande Do Sul. Com um olhar erudito e informado, Calito privilegiou dois fatores em suas escolhas para o conjunto, que ele denomina de “Desenho Anônimo”: a expressão estético-formal dos objetos e a busca de variedades dentro de uma mesma tipologia. Sob a coordenação geral da Expomus – Exposições, Museus e Projetos Culturais, empresa brasileira com 42 anos de atuação na área cultural, o Projeto Expográfico de “Artefatos do Sul: Legados da Imigração alemã e italiana” foi desenvolvido pela LT Arquitetura e Design, liderada pelas arquitetas e designers Ana Luisa Cuervo Lo Pumo e Maria Cristina Cuervo De Azevedo Moura.

Serviço
“Artefatos do Sul: legados da Imigração alemã e italiana”
Visitação de 10 de abril a 23 de junho de 2024.
Onde: Farol Santander Porto Alegre (Sete de Setembro, 1028)
Visitação de terças à sábados, das 10h às 19h. Domingos e feriados, das 11h às 18h
Ingressos: R$ 20,00 (inteira), R$ 10,00 (meia) e R$ 18,00 (Santander)

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