Fundação Iberê inaugura ‘Balanço’, primeira individual de Luciana Maas em um museu

Fundação Iberê inaugura ‘Balanço’, primeira individual de Luciana Maas em um museu

Artista de São Paulo apresenta as três principais séries de seu trabalho em exposição, com abertura no sábado, dia 13 de abril

Correio do Povo

Luciana Maas mostra as técnicas possíveis da pintura tendo o tênis como objeto principal

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A Fundação Iberê (Padre Cacique, 2000) inaugura “Balanço”, a primeira individual de Luciana Maas (SP) em um museu. Com curadoria de José Augusto Pereira Ribeiro, a artista apresenta, pela primeira vez, o conjunto das três principais séries a que se dedicou nos últimos 15 anos: os “Tênis”, as “Lonas”, e os “Balanços”, todas em grandes formatos e com grande liberdade nos golpes dos pincéis e nas articulações entre figura e fundo. São cerca de 20 trabalhos que permitem um entendimento da obra da artista.

A abertura da exposição será no sábado, dia 13 de abril, às 14h, no Átrio, seguida de visita guiada pela artista.

No processo de cada pintura, entram em disputa pensamentos contrários, gestos largos e mínimos, ligeiros e lentos, sujos e minuciosos, materiais distintos (a tinta a óleo, o bastão oleoso, o spray) na obsessiva atividade de colocar, espalhar, raspar e retirar tinta, de pintar, apagar, sujar e pintar de novo, de mexer e mexer em franco vaivém.

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Tênis

Luciana reitera a opção por pintar somente tênis por anos consecutivos, de 2010 a 2015. Depois disso, eles continuam a aparecer no trabalho, porém, intercalados já com outras ideias. Nessas obras, os calçados são quase sempre vistos de cima para baixo com uma paleta de cores restrita, reduzida ao preto, branco e amarelo, com inserções pontuais de vermelhos, verdes e azuis.

Lonas

Já em “Lonas”, a pintura se expande em grandes abstrações ao estilo de Jackson Pollock e o “all over”, mas também remetem a um certo “pixo” característico dos centros urbanos.

Balanços

Em Balanços, as figuras surgem como se fossem lançadas a partir do fundo. Nesta série, de grande liberdade, Luciana utiliza todas as técnicas possíveis, desde a pintura com pincel, mas também com a mão ou mesmo a tinta spray, sem permitir qualquer hierarquia entre as diferentes técnicas.

Observações do curador

“Há trabalhos gráficos, com traços ligeiros, decididos na observação do objeto e produzidos com tinta preta, que desenham os tênis; há outros com muita matéria, aplicadas em pinceladas enérgicas, que arrastam pela superfície uma tinta espessa, como lama, e se cruzam, no limiar do informe (“Respingo”, 2012); há telas em que mal se identificam os sapatos nem figura nenhuma (“Batom”, 2012); assim como há pinturas silenciosas, rebaixadas, em que os calçados, vistos do alto, repousam quase ao centro do quadro, levemente à esquerda, enquanto seus limites se desmancham e se confundem, quase sob fumaça, com o entorno, em imagem acinzentada, com um pouco de amarelo nas laterais dos objetos (“Tênis Ela”, 2010)”, pontua o curador.

Luciana Maas

Luciana Maas nasceu em 1984, na cidade de São Paulo, onde trabalha como pintora há mais de 20 anos. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, frequentou os ateliês dos artistas Osmar Pinheiro e Carlos Fajardo durante anos. Participou de inúmeros cursos promovidos pelo Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo; pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro; pela Tate Modern, em Londres, Inglaterra.

Atualmente, seu trabalho tem como tema o encontro visual com o inesperado, no próprio movimento de pintar, em tentativas de capturar a metamorfose do plano pictórico nele mesmo. Cada obra sua possui singularidades e demanda um longo processo para lograr seu resultado: que pareça inacabado, ainda em transformação.

Luciana teve uma importante experiência na residência que frequentou em 2018, na cidade de Salzburg, na Áustria. Sob a orientação do artista Ei Arakawa, produziu uma música e duas pinturas que foram expostas com o grupo no Salzburger Kunstverein Museum.

Participou de diversas exposições coletivas, entre elas "No Body Yet", na Galeria Simone Subal, Nova York, EUA (2023); “Obra em Processo. Olhar Impertinente”, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC USP (2004) e “Diante do desconhecido: o Outro”, na Galeria de Arte Solar, Rio de Janeiro (2017).

Em 2022, realizou a exposição individual “Palafitas”, no Projeto Vênus, em São Paulo, SP, com a curadoria de Ivo Mesquita. No mesmo ano, a artista iniciou seus estudos em gravura em metal no Atelier Piratininga, em São Paulo, onde investiga traços finos por meio de técnicas que deram início à sua fase atual, dos fios dos balanços.

SERVIÇO
Exposição Balanço
Abertura: 13 de abril | Sábado | 14h
Visitação: até 9 de junho (domingo)
Onde: Átrio da Fundação Iberê (Avenida Padre Cacique, 2000 – Cristal). No dia da abertura, a entrada é gratuita.


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