"Legalidade" resgata história de Porto Alegre durante governo de Leonel Brizola

"Legalidade" resgata história de Porto Alegre durante governo de Leonel Brizola

Filme estreia nesta quinta-feira e tem direção do gaúcho Zeca Brito

Adriana Androvandi

"Legalidade" aborda fatos históricos ocorridos em Porto Alegre que repercutiram em todo o Brasil

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Um filme que resgata importantes fatos históricos ocorridos em Porto Alegre e que repercutiram em todo o Brasil, no movimento liderado por Leonel Brizola em 1961, é o que se pode esperar de “Legalidade”, que estreia nesta quinta-feira. Sexto longa-metragem dirigido pelo cineasta gaúcho Zeca Brito, mescla ficção e fatos reais para formar um painel de acontecimentos nem tão distantes assim.

A narrativa começa no ano de 2004, acompanhando uma jornalista, Blanca (Leticia Sabatella), que procura informações em arquivos públicos sobre sua mãe, que desapareceu nos anos 1960. A partir daí, o filme retorna no tempo, para que saibamos o que aconteceu com sua mãe, que era uma jornalista chamada Cecilia Ruiz (Cleo Pires). Cecilia chega ao Palácio Piratini dias antes de começar o movimento da Legalidade, em 1961.

Com ela, o espectador entra no espaço destinado à imprensa na sede do governo estadual. Num primeiro momento, ela procura um antropólogo (Fernando Alves Pinto), que já conhecia. Como ele está na Região das Missões, Cecilia acaba se envolvendo com seu irmão, o jornalista Tonho (José Henrique Ligabue). Com ele, consegue informações que repassa a um estrangeiro. Quando o antropólogo retorna à Capital, está formado um triângulo amoroso, que conduz a parte fictícia da narrativa. 

A parte histórica retrata a liderança de Leonel Brizola para que se cumprisse a constituição e Jango assumisse como presidente do Brasil, após a renúncia de Jânio Quadros em agosto de 1961. As tensões políticas da época permeiam a trama.

Brizola, quando era governador do Rio Grande do Sul, é interpretado pelo ator Leonardo Machado, falecido em setembro do ano passado. O ator entrega uma atuação apaixonada para viver o trabalhista, eloquente em seus discursos junto ao povo ou pela Rádio da Legalidade, veículo com o qual liderou o movimento, pelas ondas da Rádio Guaíba, requisitada por Brizola.

A direção de arte se mostrou bastante cuidadosa, com objetos como microfones, rádios, roupas e carros do período. Brizola também aparece na história em 2004 (ano de seu falecimento), ao ser procurado por Blanca. Na maturidade, ele é interpretado por Sapiran Brito. 

Filmado em Porto Alegre e com sequências no Palácio Piratini, o longa-metragem teve a produção de Luciana Tomasi, da Prana Filmes, que contou com o apoio da família Brizola para que parte de sua história fosse retratada nas telas. 

Para compor este painel, Zeca Brito relatou, ainda em Gramado, onde o filme teve sessão no Festival de Cinema, que leu todos os livros disponíveis sobre a Legalidade. Conversou também com jornalistas da época que ainda estão vivos. A ação de cinco jornalistas no episódio foi “condensada” em dois personagens por questões narrativas do roteiro. Esta história, que ocorreu em grande parte em porões, merece receber luzes, ainda que tardias.

Confira o trailer do filme:


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